Blindagem da economia

Palocci nega acusações, diz que fica e critica promotores

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21 de agosto de 2005, 15h55

Em entrevista coletiva para explicar-se sobre as acusações de seu ex-asessore Rogério Buratti, de que teria recebido um mensalão enquanto era prefeito de Ribeirão Prefeito, o ministro da Fazenda, Antônio palocci voltou a negar que tenha feito algo ilícito. Na entrevista Palocci afirmou que não deixa o Ministério da Fazenda por iniciativa própria e que o presidente Lula manifestou a disposição de mantê-lo no cargo.

Na entrevista, Palocci voltou a criticar a atitude do Ministério Público do Estado de São Paulo, que, segundo ele, teria sido afoito no afã de divulgar acusações sem provas.”Não achei correto o procedimento que se adotou para falar do caso. Se apressaram em divulgar informações de forma prematura. Promotores divulgaram as declarações antes de concluídas” ,disse o ministro.

Nas sexta-feira, em nota oficial do Ministério da Fazenda, Palocci já havia contestado o comportamento do Ministério Público. Na entrevista, Palocci disse que “colocaram um depoente em uma situação de completo constrangimento e lhe apresentaram os benefícios da delação premiada”. O ministro garantiu também que o procedimento dos promotores, que iam dando informações à imprensa à medida que o depoimento de seu ex-assessor acontecia, contraria as leis.

Na sexta-feira (10/8), o advogado Rogério Buratti, ex-secretário de governo da prefeitura de Ribeirão Preto na gestão de Antonio Palocci, declarou em depoimento à Polícia Civil e ao Ministério Público de São Paulo, que quando era prefeito, Palocci recebeu uma mesada de R$ 50 mil da empresa Leão Leão, empresa contratada parafazera coleta de lixo da cidade. Segundo Buratti, o dinheiro recebido por Palocci era encaminhado ao diretório nacional do Partido dos Trabalhadores.

Em sua entrevista Palocci voltou a negar “com veemência”, que tenha recebido ou autorizado o recebimento de qualquer propina. Disse também que não é insubstituível no Ministério da Fazenda, mas que não pretende se afastar do governo. Assegurou também que o presidente Luis Inácio Lula da Costa garantiu sua permanência à frente do Ministério da Fazenda.

Rogério Buratti deu o depoimento com acusações a Palocci depois de aceder a uma proposta de delação premiada. O promotor Aroldo Costa Filho, que acompanhou o depoimento de Buratti, afirmou que as denúncias do advogado precisam ser investigadas, já que ele não apresentou provas. “Alguns documentos apreendidos na empresa Leão Leão são indicativos de que Buratti falou a verdade, mas entendemos que os fatos devem ser mais bem investigados. Deverão ser encaminhados ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria Geral da República para prosseguimento”, disse o promotor ao site Globo Online.

O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo Pinho, dá entrevista, às 17 horas, deste domingo (21/8), para contestar as críticas do ministro da Fazenda e justificar a conduta do Ministério Publico paulista.

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