PF investiga doleiro que enviou dinheiro de Valério aos EUA
18 de agosto de 2005, 17h54
O doleiro mineiro Haroldo Bicalho é a mais nova estrela das investigações da Polícia Federal. Segundo a PF, Bicalho era quem remetia recursos para o empresário Marcos Valério de Souza, sócio das agências SMPB e DNA e apontado como operador do esquema de compra de parlamentares.
A PF anunciou nesta quinta-feira (18/8) que dispõe de 68 mil documentos que englobam as contas Lonton e Monte Alegre, subcontas da Beacon Hill, do MTB Bank, de Nova York. Os documentos chegaram dos Estados Unidos, trazidos por duas equipes de policiais federais. Os federais ficaram nos EUA por 42 dias.
No ano passado, a PF deflagrou a operação Farol da Colina, livre tradução de Beacon Hill, em que prendeu 54 doleiros. A operação foi o primeiro cruzamento entre os dados de autoridades norte-americanas e da CPI do Banestado, que investigava a remessa de cerca de R$ 140 bilhões aos EUA via Banestado de Foz do Iguaçu.
Os documentos dos Estados Unidos estão sendo cruzados com as declarações de Toninho da Barcelona, apontado como o doleiro do PT e de setores do PSDB. Barcelona, por ter movimentado dinheiro para o chefe de segurança campanha de Lula em quatro pleitos, o delegado Francisco Baltazar da Silva, acabou gerando o afastamento de Baltazar da superintendência da PF paulista, no ano passado. Baltazar fora nomeado pessoalmente por Lula.
Bicalho e Barcelona foram presos na operação Farol da Colina. Segundo a PF, os agentes que agora dispõem dos 68 mil documentos, foram enviados aos EUA há dois meses, quando surgiram os indícios de que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza fez remessas de R$ 1,19 milhão através da conta Lonton.
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