Conspiração na comissão

PT tenta forjar provas para burlar investigações, afirma PSDB

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11 de agosto de 2005, 11h14

O PT tenta forjar provas e fraudar documentos para desviar o foco das investigações das CPIs dos Correios e do Mensalão. É o que afirma nota divulgada pelo PSDB na quarta-feira (10/8).

Os tucanos emitiram a nota depois da confusão criada pelo deputado federal Paulo Pimenta na reunião conjunta das duas comissões. Pimenta divulgou uma lista apócrifa de políticos que teriam recebido dinheiro do empresário Marcos Valério de Souza. Na lista, constavam os nomes de diversos políticos do PSDB e do PFL.

Segundo o PSDB, o Pimenta tentou dar legitimidade a uma lista “sem origem e sem qualquer lastro de prova documental, após um encontro clandestino, na madrugada” com Marcos Valério.

Ainda de acordo com o PSDB, as duas versões sobre a lista apresentada pelo deputado petista foram desmentidas na própria reunião. Segundo a nota, o documento seria uma “montagem grosseira” que já circulava nas redações da imprensa brasileira e que não mereceu nenhuma atenção por não ter credibilidade.

Na mesma quarta (10/8), o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman, apresentou à Mesa da Casa representação contra o deputado Paulo Pimenta. No documento, o tucano pede a abertura de processo de cassação contra o petista por quebra de decoro parlamentar. Além disso, o líder solicita o afastamento de Pimenta da vice-presidência da CPI do Mensalão e a exclusão dele do colegiado.

Leia a íntegra da nota do PSDB

PSDB

NOTA À IMPRENSA

O Partido da Social Democracia Brasileira — PSDB, repudia e denuncia, veementemente, o conluio montado, no âmbito da CPMI, por parte de representantes do Partido dos Trabalhadores, com o objetivo de forjar provas e fraudar documentos junto a esta Comissão, instituída no Congresso Nacional para investigar as graves denúncias de pagamento ilegal a parlamentares da base do Governo Federal e o uso indevidos de recursos públicos por parte de integrantes do PT.

O artifício visa claramente a criação de factóide para tentar desviar o foco das investigações e merece o desagravo de toda a sociedade, por constituir um atentado contra a seriedade e legitimidade dos trabalhos da CPMI, ainda mais quando seu protagonista é justamente o vice-presidente da CPI do Mensalão, deputado Paulo Pimenta.

O parlamentar petista tentou dar legitimidade a uma lista apócrifa, sem origem e sem qualquer lastro de prova documental, após um encontro clandestino, na madrugada de hoje, na garagem do Senado Federal, com o senhor Marcos Valério, ao fim do depoimento do acusado, com quem inclusive pegou carona.

A alegação de que teria recebido a lista apócrifa do advogado do acusado, senhor Paulo Sérgio, desmoronou no exato momento em que o próprio advogado negou terminantemente ter repassado ao parlamentar qualquer documento. Desmoronou, mais uma vez, quando não se confirmou a segunda versão, de que a lista apócrifa tinha como origem processo no Supremo Tribunal Federal.

Na verdade, a montagem grosseira já vinha circulando pelas redações dos veículos de imprensa de todo o País, sem qualquer crédito, por se tratar claramente de um documento sem qualquer credibilidade.

Diante de tão grave tentativa de fraude, o PSDB exige da direção da CPMI rigorosas medidas punitivas aos que, por conveniência ou desconforto político gerado pela confirmação de graves denúncias, perderam a compostura e se esqueceram dos mais elementares compromissos que deveriam ter com o País.

Brasília, agosto de 2005

Senador Leonel Pavan

Vice-presidente nacional do PSDB

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