Consultor Jurídico

Audiências criminais são feitas por teleconferência em SP

10 de agosto de 2005, 13h32

Por Redação ConJur

imprimir

Presos de cinco centros de detenção provisória da região metropolitana de São Paulo e da Penitenciária de Presidente Bernardes participarão de audiências criminais sem sair das unidades em que se encontram. Nesta quarta-feira (10/8), o governo paulista e o Tribunal de Justiça de São Paulo firmaram parceria para a implementação do sistema de teleconferência em audiências criminais.

Após a assinatura do Termo de Cooperação, o governador Geraldo Alckmin e o presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Elias Tâmbara, assistiram a um interrogatório real realizado por teleconferência. As informações são do governo do estado de São Paulo.

O objetivo com o uso das teleaudiências é eliminar os riscos de tentativas de resgate durante o deslocamento do preso ao fórum. Segundo o governo estadual, a medida representa ainda redução de custos aos cofres públicos.

O governo paulista garante que sistema adotado para audiências à distância reproduz com fidelidade o ambiente de uma audiência criminal tradicional, na qual é garantido o amplo direito de defesa do réu.

Dois monitores de 29 polegadas com som estéreo são instalados na sala de audiência do fórum, onde ficam o juiz, o promotor e o advogado de defesa do detento. Outros dois equipamentos nas mesmas condições ficam na sala de depoimento do centro de detenção. O som é captado por microfones ambientais instalados na mesa do juiz, dos advogados e das testemunhas e também na unidade prisional.

Para garantir o contato visual entre juiz e réu, as câmeras são posicionadas acima dos monitores, mantendo sempre um de frente para o outro.

O sistema de teleaudiência também permite que o advogado converse e oriente o réu por uma linha de telefone digital direta e exclusiva, que garante o sigilo das informações. Ao utilizar essa linha, o defensor solicita que o microfone na sala do réu permaneça desligado, assegurando a privacidade da conversa.

As audiências serão gravadas em DVD. Uma rede de computadores ligará o fórum à unidade prisional para que o documento seja impresso no presídio, assinado pelo preso, digitalizado e transmitido ao fórum. Lá, é impresso novamente para assinatura do juiz, do promotor e do defensor. Após as assinaturas, o documento é incorporado ao processo.

Para garantir a autenticidade do procedimento, o sistema de câmeras permite que o juiz veja o detento assinando os documentos e, simultaneamente, um close da mão do réu.