Pérolas processuais

Pérolas: O advogado deve se considerar um Pontes de Miranda

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8 de abril de 2005, 11h00

“Esse advogado, de tiradas aparentemente eruditas, deve se considerar um Pontes de Miranda. Mas não passa de um profissional comum. A única ligação com o mestre do Direito é a similitude do sobrenome (Ponte). Mas, ainda assim, chega a faltar a letra ‘s’”. (De uma petição judicial que desbordou em processo ético na OAB-RS)

Senhor juiz, aperte o devedor!

“Pedimos então a V. Exª que entenda que a única maneira de se conseguir receber é apertar o reclamado contra a parede, pois o mesmo não tem palavra para cumprir qualquer tipo de acerto.

Por isso pedimos a V.Exª que faça pela melhor forma possível, porque não tenho mais condições de olhar a fisionomia do reclamado, por não ter mais confiança no mesmo”. (De uma petição na Vara do Trabalho, em Palmeira das Missões — RS).

Queda livre

“E ele caiu lá prá baixo?” (Pergunta de magistrado, a uma testemunha, em ação penal que discutiu o tombo de um torcedor, que despencou das cadeiras cativas para as sociais no Estádio Olímpico)

A volta da felicidade

“Haverá um dia em que todos nós voltaremos a ser felizes.

Será o dia em que Rosinhas serão apenas flores;

Garotinhos, crianças;

Genuínos, produtos verdadeiros;

Martas, apenas aqueles bichos felpudos;

Genro, o marido da filha; e

Lula, apenas um molusco marinho.

Ah! E Severino, apenas o porteiro do prédio”.

(De um e-mail que circula na Internet e que está tendo cópias impressas distribuídas nos corredores do foro trabalhista de Porto Alegre).

Reclamação em versos

“Escrever versos é minha maneira de gritar em silêncio.

E, assim, exorcizar as inquietudes, para prendê-las no fundo das gavetas,

Nas páginas dos livros e nas garrafas que jogo ao mar,

Enquanto levanto minha bandeira nesta ilha deserta.

Mas aí aparecem os declamadores.

Abrem gavetas, folheiam os livros, destapam as garrafas.

Desembarcam em minha ilha, libertam pássaros e empunham minha bandeira.

Meu reconhecimento a estes que, com sua arte, animaram meus gestos, choram minhas lágrimas e deram voz aos meus gritos”.

(Excerto das razões de agravo de petição — escritas pelo advogado Cleber Justimiano Arnoud Battanoli — em agravo de petição protocolada na Vara do Trabalho, em Alegrete/RS – proc. nº 00737-1995-821-04-00-7).

Réu escorregadio

“Deixei de citar o réu porque, apesar de o ter visto, inclusive tentando se esconder atrás do poste, constatei ser o mesmo muito escorregadio. Quando me aproximei, esgueirou-se no meio dos veículos estacionados nas proximidades e sumiu como que por encanto”. (De uma certidão de oficial de Justiça na comarca de Canoas)

* Pérolas Processuais são publicadas no site Espaço Vital

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