Sinais de vida

Audiência pública no RS discute seqüestro de crianças brasileiras

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13 de setembro de 2004, 15h13

Na quarta-feira (15/9) uma audiência pública, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, na capital gaúcha, vai tentar pôr uma pedra em cima do delicado contencioso diplomático envolvendo o seqüestro de duas crianças brasileiras. O pai é acusado de, mesmo após ter perdido o pátrio poder, contar com a polícia paraguaia para manter escondidos os seus filhos.

A mãe das crianças é Genilma Boehler, educadora do Instituto Metodista de Ensino Superior, em São Bernardo do Campo, região do ABC paulista. Ela chegou a passar 50 dias no Paraguai, há dois meses, no encalço dos filhos. “Tive dificuldades de encontrar meus filhos, porque meu ex-marido é irmão de dois policiais paraguaios. Meus filhos estão seqüestrados e meu ex-marido foragido das autoridades”, diz Genilma à revista Consultor Jurídico.

Seus dois filhos foram seqüestrados pelo ex-marido em 4 de fevereiro deste ano. Agora, Genilma percorre semanalmente gabinetes de autoridades em busca de uma solução para o caso. E sua saga passou a ganhar com recorrência as manchetes do maior jornal do Paraguai, o ABC Color. Agora, a audiência pública configura-se no primeiro sinal efetivo de que Genilma pode reaver as crianças.

“Após apresentar na Comissão a situação do seqüestro dos meus filhos — ficou marcado para o dia 15 de setembro de 2004, 9h, no 3º andar da Assembléia Legislativa/RS (Porto Alegre, RS) — uma audiência pública, onde estão sendo convidadas autoridades do Brasil e do Paraguai para discutir a situação em si da transferência ilícita dos meus filhos do Brasil ao Paraguai, ferindo os Direitos Humanos e sendo que o Paraguai está desrespeitando uma decisão judicial do Brasil”, diz Genilma.

Diz ela que o Paraguai “está colocando em risco a segurança dos contratos entre ambos países, uma vez que está comprovado que as crianças estão no seu território e que a Policia Paraguaia está em conluio com o seqüestrador encobrindo seu ato e protegendo-o”.

“Temos certeza de que o seqüestrador dos meus filhos se encontra com eles no Paraguai e que está recebendo apoio de autoridades policiais no Paraguai que não cumprem os mandatos judiciais de busca e apreensão das crianças e restituição das mesmas ao Brasil”, diz a educadora.

O caso de Genilma começou em fevereiro. “Ao chegar na minha residência no dia 4 de fevereiro de 2004, por volta das 18h, fui surpreendida com a ausência dos meus filhos, bem como do meu veículo Chevrolet, modelo Corsa, ano 1999, quatro portas, placa CXL 4683. Em contato com o Colégio Metodista — onde os filhos estudam — tomei conhecimento que neste dia também meus filhos não haviam comparecido às aulas. Em contato com familiares do Sr. Eri Daniel, obtive a confirmação que seus filhos encontravam-se com seu pai, em locais incertos, ignorados, de difícil acesso, no interior do Paraguai”.

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