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Mantega diz que BC deverá ser ‘suave’ com taxa Selic

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10 de setembro de 2004, 9h59

Juros vão subir

Um dos índices gerais de preços apurados pela Fundação Getúlio Vargas superou todas as expectativas do mercado. O IGP-DI, que corrige contratos como os de telefonia, fechou o mês de agosto em 1,31%. É o maior nível desde maio, quando ficou em 1,41%. Em julho, o IGP-DI havia registrado alta de 1,14%, depois do 1,29% de junho.

Com esse resultado, se o Banco Central quiser manter o compromisso com a meta de 4,5% de inflação no ano que vem, vai ter de aumentar os juros na semana que vem, quando se reúne seu Comitê de Política Monetária (Copom). O IPC representa 30% do total geral do IGP-DI. Os preços da construção civil, medidos pelo INCC, se desaceleram em agosto: tiveram aumento de 0,81%, contra o 1,12% de julho.

Mensagens

A alta surpreendente do IGP-DI foi divulgada justamente no momento em que o governo sinaliza, por meio do BC e de seus ministros, um aumento de juros para conter o risco de aumento da inflação. No fim de semana, o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Alexandre Schwartsman, declarou que a economia precisa passar por um processo de “desinflação”. Na quarta, foi a vez de o ministro José Dirceu (Casa Civil) afirmar que 0,5 ponto percentual de aumento nos juros não abortaria o crescimento da economia.

Suavemente

Ontem, foi a vez do ministro Guido Mantega (Planejamento). Segundo ele, porém, o BC deverá ser “suave” em sua decisão e não promover nenhuma grande elevação da taxa Selic. Como Dirceu, também disse que uma eventual alta dos juros não afetará o resultado do PIB deste ano. “O crescimento do país em 2004 está assegurado. Com certeza vamos ultrapassar os 4%”, disse.

Varejo e atacado

A inflação acelerou tanto no atacado, em que o índice subiu de 1,35% em julho para 1,59% em agosto, quanto no varejo, de 0,59% para 0,79%. No atacado, as maiores altas ocorreram em produtos siderúrgicos, com aumento de 20,4% nos custos de chapas de aço. No varejo, a maior aceleração ocorreu no grupo de Alimentação, que passou de uma taxa de 0,02% em julho para 1,63% em agosto.

Pacto? Que pacto?

A proposta de que governo, empresários e trabalhadores celebrem um pacto social, apresentada pelo presidente da CUT, Luiz Marinho, perdeu ontem seu principal interlocutor entre os industriais, o presidente eleito da Fiesp, Paulo Skaf. Em nota assinada por sua assessoria de imprensa, Skaf disse considerar “inadequada e inoportuna” a idéia de um pacto. A proposta já havia sido criticada pelo ministro Antonio Palocci (Fazenda).

Não vai dar

Claudio Vaz, presidente eleito do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), entidade irmã da Fiesp, fez restrições à proposta de pacto. Segundo ele, a idéia de uma política de preços comum para toda a indústria é inviável, pois algumas cadeias produtivas são mais dependentes da variação da cotação do petróleo e de outras commodities no mercado internacional. Assim, continua Vaz, o pacto só poderia vingar, portanto, se fosse setorial.

Como era antes?

José Dirceu disse que a “politização” do Ministério Público MP o está transformando em “pequenas KGBs” (serviço secreto da antiga União Soviética). O ministro – que, quando estava na oposição, criticava as tentativas de cercear os trabalhos do Ministério Público – afirmou que procuradores e promotores não podem conduzir investigações “acima da lei”.

Assim falou… Marta Suplicy

“Reagiram de forma machista e tentando desqualificar.”

Da prefeita de São Paulo e candidata a reeleição, reagindo a nota da campanha do PSDB que a chamou de “Dona Marta”. A nota, por sua vez, reagia à declaração da prefeita de que, se a oposição vencer em São Paulo, haverá uma crise política no país.

Assim falou… José Serra

“Bobagem não tem sexo.”

Do candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, reagindo à acusação de Marta sobre machismo. Na quarta, Serra considerou uma bobagem a declaração da prefeita sobre crise política.

A volta do passado

O agora presidente dos EUA, George W. Bush, foi suspenso em 1972 como piloto da Guarda Nacional do Texas porque não cumpriu as normas desse serviço militar e não se submeteu ao exame médico anual, informou a rede americana CBS. O programa de televisão 60 Minutes da emissora colocou no ar documentos segundo os quais a suspensão aconteceu quando Bush pretendia ser retirado do quadro de pilotos na unidade da Força Aérea em que servia.

Seu objetivo era dedicar mais tempo ao trabalho em uma campanha política nesse Estado. O comportamento de Bush e de seu adversário democrata John Kerry durante os anos da guerra do Vietnã se tornou tema importante de debate nesta campanha eleitoral, e cada parte acusa a outra de estar mentindo.

A coluna é produzida pelo site Primeira Leitura – www.primeiraleitura.com.br

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