Sinal de alerta

Escritório do conselheiro federal da OAB em PE sofre atentado

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28 de outubro de 2004, 18h03

O escritório do conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil e ex-presidente da Seccional pernambucana, Aluísio José de Vasconcelos Xavier, em Recife, sofreu um atentado na madrugada desta quinta-feira (28/10).

De acordo com o presidente da Seccional da OAB-PE, Júlio Alcino de Oliveira Neto, a polícia do estado já iniciou as investigações, mas ainda não tem pista dos autores, nem sabe a motivação do atentado. Oliveira Neto pediu ao governador do estado, Jarbas Vasconcelos, proteção de vida para o advogado, seus familiares e demais integrantes do escritório, que fica no bairro das Graças, no Recife.

Segundo Oliveira Neto — que registrou o caso junto ao diretor-geral da Polícia de Pernambuco — , testemunhas contam que o atentado foi cometido por dois homens que desceram de um carro e dispararam 28 tiros de pistola contra as portas de blindex do escritório, atingindo inclusive móveis e as paredes no interior.

“Até agora, desconhecemos a motivação, até porque o doutor Aluísio Xavier é um homem tranqüilo, que tem uma vida pacata e faz uma advocacia ‘ligth’, atuando principalmente na área empresarial”, relatou o presidente da Seccional. Ele informou que atualmente o escritório trabalha “apenas num litígio que tem certo interesse econômico, que é um processo na área empresarial, de dissolução de sociedade”.

O presidente da seccional relatou, ainda, que o advogado não vinha sofrendo qualquer tipo de ameaça. “Foi um caso chocante, mas estamos tomando as cautelas necessárias”, acrescentou. No momento do atentado, não havia ninguém no escritório, que tem alarme e teve a segurança automaticamente acionada.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Edson Vidigal, quando ficou sabendo do atentado ao escritório de Aluisio Xavier, telefonou para o presidente do Conselho Federal da entidade, Roberto Busato, manifestando o seu inconformismo com esse tipo de violência.

Segundo Vidigal, “as rajadas de metralhadora disparadas contra o escritório do conselheiro federal Aluisio Xavier não interrompem um exercício profissional mas alcançam a liberdade que o estado democrático de direito assegura a todos indistintamente de qualquer profissão”.

Edson Vidigal afirmou que tem certeza que o poder público descobrirá o quanto antes a origem desse atentado. “Temos uma Polícia Federal muito bem aparelhada, profissionalizada, e a serviço das instituições democráticas”. O presidente do STJ lembrou que os advogados, conforme a Constituição, prestam indispensáveis serviços da administração da justiça. “O atentado em Recife é uma violência contra a administração da justiça”, concluiu o ministro. Vidigal está na capital cearense participando de encontro dos procuradores da República.

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