Vida em filme

Documentário sobre Justiça brasileira ganha prêmio na França

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5 de outubro de 2004, 11h51

Justiça pousa a câmera onde muitos brasileiros jamais puseram os pés”. Foi dessa forma que o crítico de cinema Pedro Butcher classificou o documentário de Maria Augusta Ramos, que acompanhou o cotidiano de alguns personagens na Justiça do Rio de Janeiro. Como e para quem a Justiça funciona no Brasil é a questão que se apresenta no filme, sem respostas definitivas ou julgamentos preconcebidos.

No documentário, os personagens são defensores públicos, juízes, promotores e os que estão de passagem, os réus. De acordo com Butcher, “a câmera está sempre posicionada em relação à cena mas não se move dramaticamente, não busca a falsa comoção”. Não há entrevistas ou depoimentos. A câmera registra o que se passa diante dela.

O documentário será exibido, no próximo domingo (10/10), na solenidade de abertura do II Encontro Nacional de Juízes Estaduais em São Paulo. O evento organizado pela Associação de Magistrados do Brasil (AMB) será no Centro de Conferência da Câmara Americana de Comércio (Amcham), às 18h. Na ocasião, estarão presentes mais de mil juízes de todo o Brasil. A Amcham fica na Rua da Paz nº 1.431, Chácara Santo Antônio, São Paulo.

No último sábado (2/10), o documentário recebeu o Prêmio “La Vague d’Or” de Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema Feminino de Bordeaux, na França. Justiça concorreu na mostra como único documentário, entre sete filmes de ficção internacional — dois alemães, dois franceses, um italiano, um espanhol e um dinamarquês — dirigidos por mulheres.

Esse é o segundo prêmio internacional recebido pelo filme. Em maio de 2004, Justiça recebeu o prêmio de melhor filme no Festival Internacional de Documentários “Vision du Réel”em Nyon, na Suíça.

“Um choque de realidade” é o que pereceu o documentário nas palavras de Pedro Butcher, que escreveu sobre Justiça na revista Cinemais. Segundo ele, a câmera é utilizada como “um instrumento que enxerga o teatro social, as estruturas de poder — ou seja, aquilo que, em geral, nos é invisível”. No filme, “o desenho da sala, os corredores do fórum, a disposição das pessoas, o discurso, os códigos, as posturas – todos os detalhes visuais e sonoros ganham relevância”, afirmou Butcher.

Para saber mais sobre o documentário, basta acessar o site www.justicaofilme.com ou mandar e-mail para [email protected].

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