Uma comissão embarcou ao Paraguai, neste fim de semana, para tentar encontrar duas crianças seqüestradas pelo pai em fevereiro passado — um caso que já partiu para a arena jurídica e da diplomacia internacional. Trata-se do caso da professora Genilma Boehler. Seus filhos Arturo e Guilhermo foram seqüestrados pelo ex-marido e pai das crianças, Eri Daniel Rojas Villalba, em fevereiro passado. O caso foi revelado pela revista Consultor Jurídico em agosto passado.
A sentença que determina o retorno das crianças, julgada no Brasil e acatada também pelo Poder Judiciário do Paraguai, não foi cumprida, segundo Genilma, porque seu ex-marido conta com a cobertura de parentes que são policiais naquele país.
Genilma que está morando em Porto Alegre desde o dia 17 de agosto, quando foi trabalhar na Rede Metodista IPA.
Em 15 de setembro, Genilma encaminhou a denúncia de descumprimento da sentença judicial à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do RS (CCDH). No dia 28 do mesmo mês foi recebida pelo cônsul paraguaio no RS, Hernán Ramirez Gonzáles.
No dia 8 de outubro, a mãe esteve reunida com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e com o senador Paulo Paim. Em 4 de novembro, esteve com o presidente do Paraguai, no Rio de Janeiro. Ele prometeu a volta de suas crianças em 48 horas. O caso continuou na estaca zero: e as esperanças de Genilma agora residem na comissão que está no Paraguai.
Leia a entrevista à revista Consultor Jurídico
Quais os avanços em sua luta?
No dia 4 de novembro eu estive com um grupo de pessoas numa vigília diante do hotel onde foi o encontro do grupo do Rio, lá estavam presidentes e representantes de quase todos os países da América Latina. Com faixas e cartazes fizemos um protesto suplicando e insistindo com o Paraguai que meus meninos voltassem ao Brasil. Quando o presidente do Paraguai chegou, por volta das 14h do dia 4 de novembro, meia hora depois ele solicitou que um embaixador, Luis Gonzáles D Arias, descesse até onde nós estávamos.
Fui convidada a subir até onde o presidente do Paraguai estava hospedado. Subiu comigo o deputado Fabiano Pereira, que é o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, e um representante do presidente Lula, Sérgio Ferreira. Estava lá também a ministra das Relações Exteriores, Leila Rachid.
Como o presidente reagiu?
O presidente quis conhecer toda a história do seqüestro dos meus filhos. Diante de nós ele ligou para o comandante da polícia do Paraguai, dizendo que ele deveria fazer uma busca das minhas crianças, e disse que minhas crianças deveriam retornar ao Brasil em 48 horas. Isto foi em quatro de novembro e de lá para cá não temos resultados, não temos detalhes, não temos resposta de o porquê não terem sido encontradas as minhas crianças.
E agora?
Uma comitiva com quatro pessoas embarcou de Porto Alegre, que já estão em Assunção, incluindo o deputado