Terça, 23 de março.

Primeira Leitura: ministro é aplaudido em tom de desagravo.

Autor

23 de março de 2004, 14h45

De pé

O ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) — que, em reunião com a bancada parlamentar do Nordeste na semana passada, criticou a inépcia do governo Lula e chegou a chamar o colega Guido Mantega (Planejamento) de “vagabundo” — foi aplaudido pelos mais de 200 empresários presentes ao seminário Agro-Brasil 2004. Rodrigues foi aplaudido em tom de desagravo.

Coro dos descontentes

O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e o ex-ministro da Educação Cristovam Buarque (PT-DF) engrossaram o coro dos descontentes. Furlan disse que os juros, o excesso de burocracia e “a redundância e sobreposição de projetos” emperram a retomada. Cristovam afirmou que é “a paralisia do governo é que deu a esse caso [Waldomiro] a proporção que tomou”.

As voltas que…

Dirceu respondeu aos setores do PT que, no fim de semana, se reuniram em seminário para debater a política econômica: “Queremos um outro Brasil”. Segundo o ministro, porém, é preciso criar condições para reduzir os juros e o superávit “porque não basta um ato de vontade política”. Na campanha, Lula dizia que faltava a FHC “vontade política”.

PT X PT

Enquanto o presidente do PT, José Genoino, pedia união do partido e pregava que o debate interno do PT “tem de contribuir, e não atrapalhar”, os deputados federais Ivan Valente (PT-SP) e Paulo Bernardo (PT-PR) discutiam em debate na rádio CBN. Valente declarava que o Planalto é refém do mercado. Bernardo afirmava que os petistas que cobram mudanças “pregam a volta da inflação”.

Desequilíbrio

Indagado por repórter sobre suas relações com Rogério Buratti, o ministro José Dirceu não teve dúvida: “Eu já disse que não tive relação com ele na década de 90, mas a má-fé e o seu mau-caratismo levam a esse tipo de pergunta”. Depois do encontro, ainda inconformado, referiu-se aos jornalistas como um “bando de mal-educados e incivilizados”.

O marketing como política

Depois de uma reunião de emergência entre o presidente Lula, um grupo de ministros e o vice-presidente, José Alencar, o ministro Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação) anunciou que o governo vai gastar R$ 8 milhões em duas campanhas publicitárias que terão como mote o que o Planalto define como “agenda positiva”.

Governabilidade

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu lideranças tucanas e pefelistas em sua casa, ontem. A oposição avalia que o país corre o risco de enfrentar uma crise de governabilidade e precisa estar preparada para não cair na armadilha de vir a ser culpada por um eventual fracasso do PT.

Assim falou…José Dirceu

“Eu pergunto ao país: são 15 meses de governo, existe alguma denúncia de corrupção no governo do presidente Lula? De ministros? De agentes do poder público? Nem suspeita, porque o caso Waldomiro é um caso que não mancha o governo, nem a imagem do PT porque está esclarecido e cada vez mais será esclarecido.”

Do ministro da Casa Civil, durante debate promovido pela Globonews, ao tentar decretar o fim do escândalo Waldomiro.

Terrorismo e terror de Estado

Concluída a ação que matou o fundador e líder espiritual do Hamas, xeique Ahmed Yassin, o premiê israelense, Ariel Sharon, disse: “A guerra contra o terror não termina aqui, e nós continuaremos a agir, dia após dia, em todos os lugares possíveis”.

O movimento, por sua vez, afirmou que prepara uma resposta a Israel e prometeu levar uma vingança sangrenta às portas do país e de todos os seus aliados, numa referência direta aos EUA, conclamando todos os grupos islâmicos a adotar medidas de retaliação. A Casa Branca declarou não ter sido informada com antecedência sobre o ataque do Exército israelense. Seu porta-voz, Scott McClellan, disse, no entanto, que Israel tem o direito de se defender.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!