Sexta-feira, 12 de março.

Primeira Leitura: "Nunca houve tanta polêmica por CPI."

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12 de março de 2004, 14h44

Equilíbrio pela retaliação – 1

Os líderes do PT ressuscitaram, nesta quinta, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a tática de enterrar as CPIs pedidas para investigar o governo Lula ou os negócios de campanha do PT com a ameaça de instalar CPIs para investigar supostas irregularidades no governo FHC.

Equilíbrio pela retaliação – 2

Na reunião da CCJ desta quinta, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou ter uma lista de CPIs que não foram instaladas e que nunca houve tanta polêmica como agora. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) reagiu: “Chega de ameaça! Se quiserem, eu assino a CPI do SUS e quero ver se o Mercadante é homem para assinar a CPI de Santo André”, disse o tucano.

Equilíbrio pela retaliação – 4

Um dos mais sérios bate-bocas foi entre Virgílio e ACM, quando o senador baiano quis defender Sarney. ACM ameaçou Virgílio: “Pode ouvir o que não quer”, disse ACM. “Ouço e digo; não vim aqui para calar”, retrucou Virgílio.

Nova investigação

A CPI de Santo André foi protocolada no início da tarde desta quinta pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que foi o autor do requerimento.

O defensor de Meirelles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quinta a mais enfática defesa da política econômica desde o início de sua gestão. Seis dias depois de o PT ter divulgado uma nota pedindo “mudanças na política econômica”, Lula afirmou, em discurso ao Conselhão, que manterá as políticas de metas de inflação e de juros.

De recuperação

“É que nem uma criança na escola que sabe que a nota mínima é cinco e não estuda para tirar mais de cinco nunca. Chega no final do ano e fica de recuperação. Não queremos ficar de recuperação”, disse Lula.

Ausência

O ministro Antonio Palocci (Fazenda) não compareceu ao evento.

Assim falou… Luiz Inácio Lula da Silva

“E, hoje, estou aqui, na frente de vocês, um ano e três meses depois, para dizer: não há nenhuma hipótese de que a economia brasileira não cresça neste ano – nenhuma.”

Do presidente da República, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico.

Terror

Uma série de 10 explosões quase simultâneas em trens de Madri, capital da Espanha, matou ao menos 192 pessoas e deixou quase 1.500 pessoas feridas nesta quinta. Em uma carta enviada ao jornal árabe baseado em Londres Al Quds al Arabi, o grupo Brigadas Abu Hafz Al Mari, ligado à rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, assumiu a autoria dos ataques.

A Al Qaeda já havia ameaçado várias vezes atacar os aliados dos americanos na guerra contra o terror e, na correspondência, afirmou que as explosões desta quinta são “um ajuste de velhas contas com a Espanha, o cruzado e aliado da América em sua guerra contra o islã”. Em uma localidade vizinha à capital, a polícia encontrou um furgão roubado com sete detonadores e um cinto com inscrições em árabe contendo versículos do Corão.

Logo que tomou conhecimento das explosões, o governo espanhol responsabilizou o grupo separatista basco ETA pelos ataques. Arnaldo Otegi, porta-voz do partido Batasuna, banido por suas ligações com o grupo, disse, no entanto, não crer nessa hipótese e apontou a “resistência árabe” como culpada pelos ataques.

O primeiro artefato explodiu às 7h39 (3h39 de Brasília), em Atocha, considerada uma estação modelo da cidade. Dois minutos depois, nove outras explosões atingiram quatro trens na mesma região. Em homenagem às vítimas, o plenário do Parlamento Europeu aprovou, por 381 votos a favor, 15 contra e 28 abstenções, emenda transformando o dia 11 de março em Dia Internacional das Vítimas do Terrorismo. Os partidos políticos espanhóis interromperam as campanhas para as eleições que têm o candidato governista, Mariano Rajoy, apoiado pelo primeiro-ministro José María Aznar, como favorito.

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