No alvo

Filho do ex-presidente do RioPrevidência é acusado de irregularidade

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9 de março de 2004, 18h02

Os deputados da CPI da Loterj/RioPrevidência receberam das mãos do relator da comissão Paulo Mello (PMDB) cópia do contrato social da Trufa DTVM, uma das corretoras que, segundo o relatório do Tribunal de Contas do Estado, foi responsável pelo rombo nas contas do RioPrevidência.

Segundo informações fornecidas pelo deputado Alesandro Clazans (PV), que preside a Comissão, o documento comprovaria que Eric Davy Bello, filho de Ruy Bello, ex-presidente do fundo de pensão, é sócio da corretora. Pelo contrato, Ruy Bello teria 60.500 ações ordinárias da corretora, cerca de 22% do valor total do empreendimento. Ex-diretores do RioPrevidência e de corretoras que causaram rombo de R$ 31 milhões no órgão.

Os deputados pediram também a quebra de sigilo das corretoras Turfa, Quantia e CQJR, dos seus sócios, e também do ex-presidente do RioPevidência, Ruy Bello, e do diretor de investimento na período em que teriam ocorrido as irregularidades, Mauro Michelsen. De acordo com Calazans, a quebra servirá para saber se existe a possibilidade de ter havido operações triangulares nas compras e vendas de títulos realizadas nos seis últimos meses de 2002, quando foram detectadas as irregularidades.

Além dos suspeitos mencionados, deverão ser convocados para ajudar a esclarecer o que ocorreu no Fundo o gerente do Banerj, Geraldo Luiz Ferreira da Costa e diretores das corretoras que negociaram os títulos federais: a Turfa, que teria lucrado R$ 912 mil, a CQJR, que teria lucrado R$ 7,5 milhões, e a Quantia, que teria lucrado R$ 17 milhões.

O antropólogo Luiz Eduardo Soares fez contato pela Internet com o presidente da CPI da Loterj/RioPrevidência. Ele também quer prestar informações à Comissão. Soares revelou recentemente em uma entrevista que uma pessoa que ele preferiu não identificar, o procurou para propor esquemas de corrupção, afirmando que seria possível levantar nesses nove meses de governo Benedita algo em torno de R$ 80 a R$ 100 milhões. Ele declarou também que chegou a alertar a então vice-governadora Benedita da Silva sobre a existência de um provável esquema de corrupção no Rio de Janeiro.

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