CPI da Loterj

Waldomiro e Luiz Eduardo Soares serão convocados na CPI da Loterj

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4 de março de 2004, 20h36

Enquanto o senador Magno Malta (PL-ES) se desdobra para impedir que o Congresso engavete seu projeto de instauração de uma CPI sobre os bingos, para apurar as denúncias do caso Waldomiro Diniz (ex-presidente da Loterj e assessor no Palácio do Planalto), o legislativo do Rio de Janeiro tomou a frente e instaurou a CPI da Loterj, presidida pelo deputado Alessandro Calazans (PV).

A lista de convocações e documentos solicitados é grande. Deverão passar pela avaliação dos deputados e de uma assessoria jurídica, bem como um membro da defensoria pública, todas as administrações da Loterj e do RioPrevidência, com foco maior, é claro, para o período entre 1999 e 2003, quando Waldomiro Diniz foi presidente da Loterj.

Waldomiro, que esteve “desaparecido” desde o escândalo da fita de vídeo divulgada à imprensa — onde ele estaria pedindo propina a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira — é um dos personagens na lista de convocações.

Outro que deverá prestar depoimento é Luiz Eduardo Soares, que afirma ter alertado a ex-governadora Benedita da Silva para as atividades escusas do ex-presidente da Loterj. A CPI quer saber que funções exerceu Armando Dile (que já morreu) na Loterj e também que funções exerceu José Luiz Quintães na Fundação Parque Alta Tecnologia de Petrópolis, terceirizada da Loterj.

Os deputados querem investigar todas as empresas, entidades e empresário ligados à Loterj, principalmente as casas de Bingo, para saber quem é que lucrou com o quê. Serão solicitados à Justiça a quebra do sigilo bancário e telefônico (funcional e privado) de diversas pessoas e empresas.

Ex-diretores do RioPrevidência e de corretoras que causaram rombo de R$ 31 milhões no órgão também serão chamados a depor. Os convocados para esclarecer essa parte das investigações deverão ser o ex-presidente do órgão, Ruy Bello; o diretor de investimento na período em que teriam ocorrido as irregularidades, Mauro Michelsen; o gerente do Banerj, Geraldo Luiz Ferreira da Costa; além de diretores das corretoras que negociaram os títulos

federais, Turfa (que teria lucrado R$ 912 mil), CQJR (R$ 7,5 milhões) e Quantia (R$ 17 milhões).

O presidente da CPI é o deputado Alessandro Calazans (PV), o vice-presidente Edson Albertassi (PSC), e os relatores serão os deputados Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) e Paulo Melo (PMDB). Compõem ainda a Comissão os deputados Caetano Amado (PL), André Corrêa (PPS), Gilberto Palmares (PT), Paulo Ramos (PDT) e Noel de Carvalho (PMDB). Como suplentes, foram definidos os nomes dos deputados Dica (PFL), Ricardo Abrahão (PP), Geraldo Moreira (PSB).

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