Pesquisa nacional

OAB considera "alarmante" índice de desemprego no País

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1 de março de 2004, 16h18

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, ao comentar os altos índices de desemprego e o encolhimento do Produto Interno Bruto do País em 2003, quando registrou crescimento negativo de 0,2%, cobrou do governo medidas mais eficazes que gerem emprego e renda.

Roberto Busato considerou “particularmente alarmante” o índice de 12,5% de desemprego no País, revelado pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE divulgada no fim de semana. A taxa média da PME saltou de 11,7% para os 12,5%, na comparação de março a dezembro de 2002 com igual período de 2003. Diante desse quadro, ele voltou a sustentar que, ao lado de cobranças de medidas do governo para enfrentar a crise social, “a sociedade brasileira precisa continuar se indignado com a tragédia social, como afirmei na minha posse, até para que a esperança não se transforme em desengano”.

O presidente da OAB reafirmou também que a falta de oportunidades de emprego gera a desesperança, que está associada ao desespero. “Essa conjugação perversa empurra milhares de jovens diariamente para o caminho das drogas e da violência”, denunciou Busato, voltando a alertar para a necessidade de melhoria das condições de vida, de progresso e desenvolvimento no País. Ele lamentou que os principais indicadores do primeiro ano do atual governo estejam apontando em outro rumo, de desemprego, queda do produto e concentração de renda.

Busato disse que chama a atenção o fato de a pesquisa do IBGE revelar, ainda, que o rendimento médio real na ocupação das pessoas empregadas em dezembro de 2003 (R$ 830,10) mostrou também queda de 12,5% em relação a dezembro de 2002 (R$ 949,19). O quadro é ainda mais grave, analisou ele, se for observado que o salário real médio de dezembro de 2002 já havia experimentado uma redução de 7,3% em relação ao mesmo mês de 2001.

Ao lado dessa situação preocupante, lembra que o IBGE divulgou dados segundo os quais a economia brasileira se retraiu 0,2% em 2003, primeiro ano de governo Lula, tendo o PIB registrado o pior desempenho desde o crescimento negativo de 0,5% observado em 1992, ano do impeachment de Fernando Collor de Mello. Tal queda do produto implicará numa redução de 1,5% da renda “per capita” brasileira.

“O Brasil já é um dos países com maior nível de concentração de renda do planeta, de forma que esses indicadores trazem muita preocupação e demonstram a necessidade de medidas urgentes e eficazes, no sentido da retomada do desenvolvimento e do aumento da renda”, afirmou o presidente nacional da OAB. (OAB)

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