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Popularidade do governo Lula continua a cair, aponta pesquisa.

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30 de junho de 2004, 11h10

O PIB

O Produto Interno Bruto (PIB), a preços de mercado, do primeiro trimestre de 2004 foi de R$ 387,7 bilhões. A informação consta do relatório de contas nacionais trimestrais do IBGE, divulgado ontem.

O investimento

Segundo o instituto, as taxas de investimento e de poupança da economia brasileira se recuperaram. A de investimento subiu de 18,7% do PIB no primeiro trimestre de 2003 para 19,3% em igual período neste ano. E a de poupança foi a 23,4% do PIB, acima dos 21,1% no primeiro trimestre de 2003.

O Banco Central

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comemorou os dados. Disse que indicam que a economia está na direção certa. “Exatamente como prevíamos”, completou. O

E o crescimento

O gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Carlos Sobral, explicou que o aumento na taxa de investimento é um reflexo da retomada do crescimento e vem ocorrendo de forma contínua desde o terceiro trimestre de 2003. Mesmo assim, advertiu: o desempenho é ainda insuficiente para garantir o crescimento de 3,5% do PIB neste ano, meta do governo federal.

Stop and go

“O fundamental é que essa taxa está crescendo”, ponderou. Mas também não escondeu um dado mais do que relevante no Brasil hoje: para haver crescimento sustentado, ou seja, por longo período, rompendo com o ritmo stop and go dos últimos anos, a taxa de investimento deveria ser de, no mínimo, 25% do PIB.

Exemplo

Ele usou a China como exemplo de país que tem uma taxa elevada de investimento — no caso, 47% em 2003. “Para o Brasil, 25% a 26% seriam bem razoáveis.”

Lula em baixa

Pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta terça-feira mostra que a popularidade do governo Lula continua a cair, embora num ritmo menos acelerado do que o apurado anteriormente. No levantamento realizado nos dias 17 a 21 de junho, 51% afirmaram aprovar a gestão petista, e 42%, desaprovar. O saldo — a diferença entre a aprovação e a reprovação — foi de 9 pontos. Em março, 54% dos entrevistados pelo Ibope haviam declarado aprovação ao governo, e 39%, reprovação, o que resultava num saldo favorável ao Planalto de 15 pontos.

Desconfiança em alta

A queda da confiança da população no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, manteve o ritmo acentuado já detectado na pesquisa anterior: 54% disseram confiar no presidente, e 43%, não confiar. O saldo a favor de Lula é de 11 pontos, menos da metade dos 24 pontos apurados em março, que, por sua vez, já eram pouco mais de 50% dos 43 pontos registrados no fim do ano passado.

A sombra tucana

Se a eleição presidencial fosse hoje, votariam em Lula 30% dos 2 mil entrevistados pelo Ibope; 25% ficariam com José Serra (PSDB). O petista teve 46,4% dos votos válidos na disputa de 2002, enquanto o tucano ficou com 23,2%.

Marketing em xeque

A pesquisa revela ainda que a população está pessimista em relação à recuperação da economia, que tanto espaço ocupa no marketing do governo. Em março, 48% temiam o aumento da inflação. Agora, são 55%. O aumento do desemprego, que continua a ser apontado como o principal problema do país, era tido como certo por 54% dos entrevistados. Desta vez, foram 55%.

Assim falou… Jacques Chirac

“Eu não digo ao presidente dos EUA o que ele tem que fazer com o México.”

Do presidente da França, reagindo à opinião do colega americano, George W. Bush, que defendeu o ingresso da Turquia na União Européia. O bate-boca simbolizou o clima reinante da Cúpula da Otan, que, esperava-se, diminuiria a animosidade entre os líderes. Deu-se o contrário.

O day after

Nove mortos e pelo menos uma dezena de feridos. Este é o saldo de vítimas de ataques da resistência iraquiana ontem, no primeiro dia de mandato do governo interino no Iraque, nomeado pelos Estados Unidos. O primeiro-ministro Iyad Allawi não descartou a decretação da Lei Marcial.

A primeira informação oficial divulgada pelo gabinete do premiê interino foi o anúncio de que o ex-ditador Saddam Hussein passará à custódia legal iraquiana. Com ele, outros 11 importantes colaboradores do seu regime. Os réus terão o status de criminosos comuns e serão acusados de crimes contra o povo iraquiano. O anúncio, entretanto, também revelou as limitações do novo governo. O premiê admitiu que Saddam continuará sob os cuidados de soldados americanos até que a força policial iraquiana seja capaz de mantê-lo em segurança.

A coluna é feita pelo site Primeira Leitura – www.primeiraleitura.com.br

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