Crime de Unaí

OAB critica impunidade no assassinato de fiscais do trabalho em Unaí

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28 de junho de 2004, 8h18

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, classificou como “lamentável e vergonhoso” o fato de que, passados 150 dias do assassinato de três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho em Unaí, Minas Gerais, os culpados ainda não tenham sido identificados.

Os fiscais foram mortos numa emboscada em 28 de janeiro, no interior de uma camionete oficial, quando apuravam denúncias de exploração de trabalho escravo em fazendas daquele município mineiro.

Busato disse que é inadmissível que depois de cinco meses do crime as autoridades policiais não tenham chegado aos autores dos assassinatos. “O mais lamentável ainda é que o brutal assassinato dos funcionários do governo tenha ocorrido às portas da capital federal e, até hoje, não tenha havido qualquer avanço nas investigações que levem à prisão e punição dos responsáveis pelo crime”, criticou o presidente da OAB.

“O assassinato dos fiscais é uma prova contundente da existência da chaga do trabalho escravo no país. Assim como foi vergonhoso para o Brasil ser um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão por medida legal, é humilhante que tenhamos de conviver com essa situação ainda nos dias de hoje”, afirmou.

O presidente da OAB voltou a cobrar das autoridades federais e do estado de Minas Gerais urgência na elucidação e punição no caso dos assassinatos dos fiscais do trabalho. “Isso é uma obrigação do governo, pois já passou tempo demais sem que os responsáveis pela apuração tenham chegado a uma conclusão sobre quem matou os fiscais”, concluiu.

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