Justiça na imprensa

Judiciário investe para melhorar relacionamento com a imprensa

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25 de junho de 2004, 12h02

Imprensa e Judiciário sempre tiveram relações complicadas, de estranhamento. A imprensa nunca foi capaz de transmitir com clareza para a sociedade como funcionam, no Judiciário, suas virtudes, suas falhas. Este, por sua vez, desde a proclamação da República tem se mantido um tanto à distância da sociedade, como diz o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Edson Vidigal.

O Judiciário é um dos pilares da democracia, mas nos últimos tempos tornaram-se cada vez mais comuns as queixas da sociedade a seu respeito, em especial sobre a morosidade com que os processos são julgados. Mais do que isso: espalha-se pelo país a falsa idéia de que a Justiça não funciona e favorece os mais fortes. Fala-se em Reforma do Judiciário, mas a sociedade mal sabe qual é o seu real significado e em que será beneficiada. Há muito ruído na comunicação entre a Justiça e a sociedade. E, por causa desse ruído, muita incompreensão.

A revista Imprensa foi ouvir figuras representativas do Judiciário para debater essas questões. Um dos entrevistados é o recém-empossado presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Nelson Jobim. Jurista de renome, teve papel decisivo como deputado constituinte em 1988, foi ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso e por este foi nomeado para a mais alta corte do país. Apesar da simpatia e da prontidão em responder a todas as perguntas, Jobim não consegue esconder uma certa irritação com a postura da imprensa ou, pelo menos, de parte dela.

Matéria quente, que dá manchete e ganha destaque na televisão é só aquela que gera conflito, briga e escândalo, alfineta. E os jornalistas, segundo ele, bem que podiam fazer um esforcinho para entender melhor os meandros e a linguagem do Judiciário, a fim de evitar informações distorcidas aqui e ali. Da parte do STF, ele dá garantia de transparência absoluta na relação com a imprensa.

Outro entrevistado, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Edson Vidigal, fez um relato detalhado sobre os esforços que o Judiciário está empreendendo para se comunicar melhor com o país, relacionado-se com mais eficiência com a imprensa, inclusive.

Percebem-se as mesmas intenções na entrevista do desembargador Cláudio Baldino Maciel, presidente da Associação dos Magistrados do Brasileiros, a maior do mundo, que tem 16 mil filiados e congrega 16 associações regionais. Finalmente, o juiz Getúlio Corrêa, diretor da Escola Nacional de Magistratura, órgão da AMB voltado para a formação dos membros da instituição, dá uma rápida visão da estrutura do Judiciário, sempre útil para os jornalistas que quiserem escrever a respeito do assunto.

Fonte: Revista Imprensa, junho de 2004

O texto completo e as entrevistas estão na edição impressa, nas bancas

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