Sinal verde

Corte Suíça autoriza processo contra IBM por nazismo

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22 de junho de 2004, 19h18

A revista online IDG Now! publicou, nesta terça-feira (22/6), a notícia que a Corte de Apelações da Suíça deu sinal verde para o grupo Gypsy International Recognition and Compensation Action (Girca) abrir um processo contra a IBM. Acusação: relações com o nazismo.

O Girca é uma associação criada em dezembro de 2000 em Genebra a fim de organizar ações em prol dos direitos das comunidades ciganas e conseguir indenizações pelos danos causados a mais de 600 mil pessoas pelos órgãos nazistas, entre os anos de 1933 e 1945.

A Corte de Apelações reverteu a decisão do tribunal de primeira instância, que alegava que o local do julgamento estava fora de sua jurisdição.

Segundo Henri Philippe Sambuc, advogado do Girca, que deu entrevista por e-mail ao IDG Now!, a Justiça suíça reconheceu que as provas do órgão contra a IBM são bastante rígidas e consistentes. Elas são baseadas em documentos que foram localizados na Cruz Vermelha em Genebra, e em uma biblioteca de Stuttgart.

Segundo a Girca, a IBM manteve relações comerciais com o regime nazista de Hitler. Tais relações que levaram a tecnologia da IBM foram “ferramenta de primeira importância para as operações administrativas da destruição de judeus e das populações ciganas”.

O primeiro processo contra a IBM foi aberto em 31 de janeiro de 2002, com o propósito de que as Cortes Suíças reconhecessem a cumplicidade da IBM com crimes contra a humanidade no período da Segunda Guerra Mundial. A ação exigia o pagamento de indenizações de US$ 15 bilhões para as comunidades ciganas.

O Girca alega ainda que podem entrar na ação coletiva qualquer pessoa que foi presa em campos de concentração ou qualquer território alemão entre 1933 e 1945, seja ela cigana, judia, homossexual ou opositor político. Parentes de vítimas dos campos de concentração também podem fazer parte da ação.

Ainda de acordo com Sambuc, agora a IBM poderá apelar na Corte Federal Suíça dentro de 30 dias.

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