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Petista prevê naufrágio de programas de economia solidária

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18 de junho de 2004, 11h00

Emprego industrial cai…

O emprego na indústria brasileira voltou a cair em abril depois de três meses consecutivos de expansão. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores no setor é 0,2% menor que o de abril de 2003 e 0,5% inferior ao de março último. No acumulado janeiro-abril, o resultado também é negativo: -0,6%. Em 12 meses encerrados em abril, é ainda mais baixo: -1%.

…e renda patina

Em abril, a renda dos empregados na indústria cresceu 7,9% se comparada ao mesmo mês do ano passado. Na comparação com março deste ano, no entanto, caiu 2,4%, mostrando perda de fôlego. Para o IBGE, embora tenha havido queda no número de postos de trabalho, a tendência é de estabilidade.

Confiança despenca

O medo do desemprego, especialmente entre os que ganham até dez salários mínimos, derrubou a confiança do consumidor (ICC) na região metropolitana de São Paulo. Esse indicador da Fecomércio e da FGV caiu 9,11% de maio para junho, baixando de 124,44 pontos para 113,1.

Palocci satisfeito

O inabalável ministro Antonio Palocci (Fazenda) defendeu a decisão do Copom de manter o juro em 16%. Segundo ele, o trabalho de sua equipe já repercutiu na atividade econômica, e os dados de crescimento são “evidentes”, razão pela qual não vê razão para críticas à manutenção da taxa-Selic.

PT X PT

O economista e petista histórico Paul Singer, da Secretaria Nacional do Programa de Economia Solidária, ligada ao Ministério do Trabalho, previu ontem, em palestra em evento da ONU em São Paulo, o naufrágio de programas de economia solidária por causa da falta de verbas.

Lula festeja…

Em cerimônia no Palácio do Planalto nesta quinta para a assinatura de 11 contratos para a construção de três novas plataformas da Petrobras e a reforma da P34, todas para a Bacia de Campos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, com a fabricação no Brasil, cumpre uma promessa da campanha eleitoral. “Vamos mostrar por que a gente quer que sejam feitas no Brasil estas coisas que outros pensavam que só poderiam ser feitas lá fora.”

…Rosinha atrapalha

A governadora do Rio, Rosinha Matheus, acabou ofuscando o brilho da festa no Planalto. Ao final da solenidade, ela questionou, em entrevista, o processo de licitação de uma das plataformas — a empresa que ofereceu o menor preço teria sido deixada de lado, segundo ela. “É uma afirmação irresponsável. Se ela tem algum questionamento com relação à lisura do processo, que recorra aos canais competentes”, respondeu o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra.

Assim falou… Mohamed Atta

“Temos alguns aviões. Permaneçam quietos e tudo estará bem. Estamos voltando para o aeroporto.”

Do líder dos 19 terroristas que seqüestraram, em 11 de setembro 2001, o avião que fazia o vôo 11 da American Airlines, em transmissão de rádio aos passageiros que foi também recebida pelo escritório de Boston da Administração Federal de Aviação. A gravação foi divulgada ontem.

Jogo perdido

A votação da Medida Provisória do salário mínimo provou que o governo não tem maioria no Senado: por 44 votos a favor, 31contra e uma abstenção, os senadores aprovaram a proposta da oposição, de um salário mínimo de R$ 275, derrotando os R$ 260 defendidos pelo Planalto e pela equipe econômica. A abstenção foi do senador João Batista Motta (PMDB-ES). O presidente Lula temia o resultado e já havia dito que havia um “bunker tucano” no Senado. A derrota foi, porém, muito além dos votos do PSDB — faltaram, por exemplo, os votos do PMDB e de vários petistas.

Perdida em meio à profusão de discursos no plenário, na hora de votar o projeto de conversão da oposição que fixava o mínimo em R$ 275, a líder do PT, senadora Ideli Salvati (SC), chegou a perguntar ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), se estava em votação o novo mínimo ou apenas o requerimento para que a proposta da oposição passasse à frente da proposta do governo (o mínimo de R$ 260). Sem conseguir virar votos que considerava decisivos, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), foi taxativo: “Não dá mais para esconder uma coisa que fica cada vez mais óbvia: o governo não tem maioria no Senado. Até agora, nós levamos no braço, mas não dá mais”. O senador Tião Viana (PT-AC) foi à tribuna queixar-se de que o Planalto “trata mal o Senado” e que o país estava vivendo “um momento delicado” na relação política entre governo e oposição.

*A coluna é produzida pelo site Primeira Leitura – www.primeiraleitura.com.br

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