Contas investigadas

Ministério Público pede quebra de sigilos da família de Maluf

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1 de junho de 2004, 13h18

O Ministério Público de São Paulo pediu, nesta segunda-feira (31/5), a quebra dos sigilos bancário, fiscal e financeiro da família do ex-prefeito Paulo Maluf (PP). O pedido alcança a mulher de Maluf, Sylvia, os filhos Flávio, Lígia, Lina e Otávio, a nora Jacquelline e o genro Maurílio Curi. O sigilo de Maluf já havia sido quebrado em 2001.

O pedido foi baseado em documentos que mostram mais de 30 contas de empresas ligadas à família do ex-prefeito em dois bancos na Suíça. De acordo com documentos, parte dos recursos foi enviada do Brasil.

A quebra do sigilo bancário de Maluf indicou uma assinatura igual a do ex-prefeito como o único beneficiário de contas abertas no Citibank. A assinatura aparece em um cartão de abertura de conta, em 5 de julho de 1985, no Citibank de Genebra, na Suíça. A conta estava no nome da empresa Blue Diamond, renomeada em junho de 1994 como Red Ruby.

Os documentos relativos ao caso mostram que em um único dia a conta recebeu US$ 200 milhões em depósitos. Em 31 de março de 1995 foram movimentados US$ 117 milhões. Na ocasião, a conta tinha um saldo de US$ 154 milhões. Outros US$ 37 milhões também foram retirados, e o extrato do Citibank naquela data deu como resultado final um saldo de US$ 10 mil.

A conta no Citibank suíço foi encerrada em janeiro de 1997. O dinheiro foi, então, transferido para Jersey, paraíso fiscal no canal da Mancha, onde está bloqueado pela Justiça.

Foram pedidos também dados de empresas no exterior supostamente pertencentes à família do ex-prefeito. As contas funcionariam para a lavagem de dinheiro público, desviado de obras construídas durante a administração Maluf (1993-1996) e Celso Pitta (1997-2000).

Em nota à imprensa, a assessoria de Maluf disse que “como se não bastasse atacar Paulo Maluf, investem também contra a família do ex-prefeito de São Paulo”.

Fonte: Última Instância

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