Escândalo no governo

Presidente da CPI do Banestado defende demissão de Meirelles

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28 de julho de 2004, 19h48

O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) afirmou,

nesta quarta-feira (28/7), que o presidente Lula deve demitir o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, para “resgatar seu compromisso com a ética e a moralidade pública”.

Antero afirmou que irá convocar CPI do Banestado, a qual preside, para votar a convocação do ex-diretor de política monetária do Banco Central (que pediu demissão nesta quarta), Augusto Candiota, na segunda semana de agosto.

“Vamos votar, em conjunto, também os requerimentos de convocação do presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, e do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf. Nos três casos, há documentos e evidências que justificam a convocação. Eles têm de dar explicações sobre suas

movimentações financeiras no exterior”, afirmou.

Segundo Antero, Casseb também figura em algumas bases de dados da CPI do Banestado como remetente de recursos para o exterior. “Constatamos dois tipos de movimentação. Aquela que é feita através de contas CC5 e a feita através de empresas off shore e de doleiros apresentam sinais de ilegalidade”.

Antero confirmou a existência de documentos em poder da comissão e do Ministério Público que comprovam as denúncias feitas na revista Isto É contra Meirelles e Candiota.

No ano passado o líder do PSDB, segundo o senador, Arthur Virgílio, apresentou à CPI requerimento de convocação de Candiota, mas o relator da comissão, deputado José Mentor (PT-SP) pediu que fosse adiada a votação do requerimento, até que ele obtivesse mais elementos sobre as denúncias contra o então diretor de política monetária do BC.

“O governo não demitiu o Waldomiro Diniz e esperou que ele pedisse

demissão. Também não demitiu o Candiota, que acabou pedindo para sair. O governo perdeu o timming político nas duas ocasiões. Na minha opinião, o presidente Lula deve tomar a iniciativa de demitir o Meirelles e o Casseb, para não ser considerado omisso e não ser acusado de conivente”, disse Antero.

Para ele, posição de Meirelles se tornou insustentável. “O presidente do Banco Central não pode deixar dúvidas sobre sua situação pessoal ou fiscal. Isso é inadmissível. Ele tenta convencer a todos que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Mas o fato é que ele mentiu à Receita Federal ou mentiu à Justiça Eleitoral”, afirmou.

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