Exploração de prestígio

Justiça do Rio condena economista acusado de negociar sentenças

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28 de julho de 2004, 10h33

O juiz João Ziraldo Maia, da 2ª Vara Criminal de Niterói, Rio de Janeiro, condenou o economista Marcos Benício Alonso a quatro anos de prisão por estelionato e exploração de prestígio. Ainda cabe recurso.

Marcos foi preso em flagrante, em novembro de 2003, com cartões que o apresentavam como “assessor jurídico” de um escritório de advocacia. Ele é acusado de negociar sentenças da Justiça fluminense.

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no dia 8 de novembro do ano passado, o economista procurou a professora Elza Maria Marino, que movia uma ação no Fórum de Niterói contra um banco.

Como a professora estava viajando, ele apresentou-se ao filho dela, Fellipe Marino Mendes, e disse que precisava pagar R$ 10 mil à juíza Maria Isabel Paes Gonçalves, para que a sentença fosse favorável. O intermediário na transação, segundo o estelionatário, seria “o filho de um promotor”.

O estudante não conseguiu o dinheiro, mas acessou a Internet e descobriu que o processo já tinha sido julgado e a sentença divulgada. Procurou, então, a juíza e explicou o que se passava.

Com a ajuda da polícia, foi montada uma operação para o pagamento num bar em Niterói, onde o economista foi preso em flagrante. Ele estava de posse de outro processo e suspeita-se que tenha agido em outras ocasiões da mesma forma.

Em sua sentença, o juiz João Ziraldo Maia afirmou que o economista “não poderia ter escolhido pior momento para atuar, na medida em que o Poder Judiciário vem sofrendo processo difamatório e de desprestígio, onde forças ainda ocultas buscam elementos para subjugá-lo e atrelá-lo a interesses outros através do tão falado controle externo”.

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