Viver para contar

Ada Pellegrini faz retrato de duas décadas em A garota de São Paulo

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27 de julho de 2004, 17h31

No ano em que a capital paulistana comemora o seu 450º aniversário, a professora Ada Pellegrini lança o livro “A garota de São Paulo”. Na obra, ela conta a própria história — a de uma imigrante italiana que viveu na grande metrópole nas décadas de 50 e 60.

Ada explica como foi a sua chegada ao Brasil, aborda o choque cultural entre os dois países e fala sobre o período de adaptação na nova cidade. Detalha, também, a sua infância e adolescência; os estudos no Colégio Dante Alighieri, a faculdade de Direito no Largo do São Francisco e a escolha do magistério.

Editado pela Arx — selo da Siciliano — o livro é uma continuidade de “A menina e a guerra”, no qual Ada relata momentos vividos na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.

Ada faz um retrato da época, apresentando as principais alamedas comerciais, famílias tradicionais, fatos de grande repercussão no cenário sócio-político, como o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954, a guerrilha, e a ditadura militar em contraponto com uma fase de grande efervescência cultural.

Em um dos capítulos, a autora descreve a força dos meios de comunicação — principalmente os spots que imperavam nas rádios — e da evolução da TV, destacando jingles como “Melhoral, Melhoral nacional e não faz mal”.

O livro também traz histórias pitorescas e fatos pessoais de Ada, como o seu casamento, o nascimento dos filhos e o momento dramático vivido pela família, com o seqüestro de seu irmão que ficou 70 dias nas mãos dos índios tupamaros.

Nascida em Nápoles e radicada em São Paulo desde 1951, Ada Pellegrini já publicou mais de 20 livros de direito processual e inúmeros artigos e pareceres.

Estreou na literatura com “A menina e a guerra”, que lhe valeu o prêmio Alejandro J. Cabassa, da União Brasileira de Escritores e ingressou na Academia Paulista de Letras. A obra foi posteriormente publicada na Itália, conquistando o prêmio (narrativa) do Concorso Internazionale Letterario Tito Casini 2001.

A obra tem 504 páginas e custa R$ 50.

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