Volta ao passado

Estudo divulga condições de trabalhadores escravos no Brasil

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19 de julho de 2004, 19h14

Pelo menos 25 mil pessoas trabalham em regime de escravidão no Brasil, de acordo com um novo levantamento da OIT — Organização Internacional do Trabalho. As informações, contestadas pela organização nesta terça-feira (20/7), são da BBC.

Segundo o estudo, os trabalhadores vivem em condições desumanas. A maioria deles está concentrada na Amazônia e são recrutados para devastar a floresta que irá servir para cultivo da soja e criação de gado. O documento acusa juízes e políticos de ser “latifundiários e responsáveis pela perpetuação do trabalho escravo”.

O relatório, que ainda não foi divulgado, conclui que o tratamento dado aos trabalhadores é pior do que o dado a animais. O dia de trabalho deles vai, segundo o documento, do amanhecer ao anoitecer, comem em tigelas que são usadas para guardar pesticidas e são vigiados por homens armados para garantir a ordem e impedi-los de fugir.

O levantamento denuncia que no Pará, mais de 500 trabalhadores rurais foram mortos nos últimos 30 anos. Segundo ele, existe um esforço da esquerda brasileira para atacar o problema, mas a cultura de impunidade é um dos maiores obstáculos para a solução da questão — entre os proprietários das terras que cultivam o uso do trabalho escravo estão inclusive juízes, segundo o documento.

Além disso, o relatório aponta que uma série de leis para combater o problema está parada no Congresso.

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