Assembléia geral

Servidores do Judiciário de São Paulo decidem manter greve

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14 de julho de 2004, 17h46

Os servidores do Judiciário paulista decidiram, em assembléia geral da categoria na tarde desta quarta-feira (14/7), manter a paralisação por tempo indeterminado. A greve na Justiça entrou em seu 14º dia. Os grevistas decidiram ainda rejeitar a proposta apresentada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo de correção de 12,5% sobre a gratificação judiciária, a partir de setembro, e a manter a exigência de reposição salarial de 39,19%.

Essa reposição corresponde ao IGP-M do período de abril de 2002 a março de 2004. A proposta da presidência do TJ-SP (12,5%) sobre a gratificação não agrada aos funcionários que alegam que o reajuste médio representa algo em torno de 8,33% sobre os vencimentos dos servidores.

Os servidores reclamam ainda da falta de condições de trabalho e de um plano de carreira e salários. Segundo lideranças do movimento, hoje há no estado cerca de dois mil oficiais de Justiça, quando seriam necessários oito mil.

A categoria afirma que ficaria satisfeita com a aprovação de projeto de lei que concedesse aumento de 26,39%, retroativo a 1º de março, proposta aprovada pelo Plenário do TJ — colegiado formado pelos 25 desembargadores mais antigos da Corte.

Cerca de 3 mil pessoas participaram da assembléia que aconteceu na praça João Mendes. A direção do movimento apontou 10 mil participantes. Delegações de várias cidades do interior marcaram presença na manifestação. Ao final, os servidores ficaram de costas para o prédio do Tribunal de Justiça em atitude de protesto.

A greve, que segundo a direção do movimento, tem a adesão de 90% dos servidores, está prejudicando o andamento de 12 milhões de processos só na primeira instância. Mesmo na segunda instância, o movimento paredista está prejudicando a consulta nos cartórios.

O resultado do movimento paredista pode ser sentido por quem visita os maiores fóruns da capital, como o cível, na praça João Mendes e o criminal, na Barra Funda. Há cartórios fechados e juízes despachando sozinhos.

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