Barrados no Batalhão

Presidente da OAB em Cáceres é detido e algemado pela PM

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13 de janeiro de 2004, 11h15

O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Cáceres (MT), Fábio de Sá Pereira, foi detido e algemado no fim de semana juntamente com o secretário de Meio Ambiente e Turismo de Cáceres, Cláudio Palmas Dias, que também é advogado. De acordo com informações da Polícia Militar, os dois foram detidos porque entraram sem a devida autorização no Batalhão da Polícia Militar do município.

Na noite de sábado (10/1), foi feita uma operação conjunta entre a Promotoria de Infância e Adolescência e a Polícia Militar para deter adolescentes menores de idade que estavam em bares e lanchonetes desacompanhados dos pais ou responsáveis. “Por volta de meia-noite eu e o advogado Cláudio Palmas Dias fomos atender à solicitação de algumas pessoas que estavam detidas”, conta o presidente da seccional da OAB. “Em frente ao Batalhão, encontramos pais e parentes dos jovens que estavam detidos e resolvemos entrar para saber quem era o responsável pela operação”, explica.

Logo depois que entraram no Batalhão, os dois advogados foram cercados pelos policiais militares. “Tentamos nos identificar e fomos detidos”, reclama Fábio de Sá. De acordo com o comandante do Batalhão da Polícia Militar em Cáceres, coronel Adarildo de Moraes, os advogados foram detidos porque não teriam se identificado ao entrar no Batalhão.

Pereira afirma que tentou conversar com um tenente, mas recebeu a ordem de prisão imediatamente. “Insistimos para nos explicar porque os jovens estavam detidos e ele nos mandou prender. Um tenente ordenou que os policiais nos algemassem e alguns PMs até hesitaram. Foi preciso ordenar mais de uma vez para que fôssemos algemados e colocados em um carro da polícia”, conta o advogado.

Fábio de Sá e Cláudio Palmas Dias foram levados algemados até a Delegacia Municipal de Cáceres. “Assim que chegamos, o delegado Fernando de Souza e o promotor Mauro Curvo, de imediato, mandaram que nossas algemas fossem retiradas”, explica. Na delegacia, os advogados registraram queixa por abuso de autoridade contra os dois tenentes que teriam mandado prendê-los.

O comandante do Batalhão da Polícia Militar em Cáceres, coronel Adarildo de Moraes, confirmou que o caso foi registrado na delegacia e ressaltou que irá abrir procedimento para apurar o que realmente aconteceu. “Pelo que soube, eles não se identificaram como advogados, entraram no Batalhão sem identificação e se recusaram a sair quando os tenentes solicitaram”, explica.

Fonte:Folha do Estado — Marcy Monteiro Neto

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