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Mais de 10 mil crianças teriam sido molestadas por padres

28 de fevereiro de 2004, 12h35

Por Redação ConJur

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Exatamente 10.667 crianças relataram sido molestadas por padres entre 1950 e 2002. E foram 4.392 os religiosos algozes. Os dados são de reportagem do New York Times, publicada nesta sexta-feira (27/2), e baseados em dois estudos revelados nos Estados Unidos.

Segundo um dos relatórios, a igreja católica sofreu uma epidemia de abuso sexual de menores, envolvendo pelo menos 4% dos padres. O jornal aponta que os casos tiveram seu auge em 1970, quando um em cada dez padres era eventualmente acusado de molestar crianças.

A reportagem dá conta de que os números podem estar subestimados, já que os dados dependem de relatos dos próprios bispos americanos. A arquidiocese de Boston disse na quinta-feira que 7% de seus padres foram acusados de abuso nos últimos 50 anos.

Um grupo de acadêmicos do John Jay College of Criminal Justice, de Nova Iorque, conduziu um dos estudos. E disse que 97% das dioceses ficaram fora de sua pesquisa.

O outro relatório, sobre as causas e o contexto dessa crise, foi escrito por uma equipe de proeminentes advogados católicos, juízes, homens de negócios e bispos, e apontou profissionais para um conselho de revisão nacional, escreveu o diário.

Segundo a reportagem, esse estudo foi feito com base em entrevistas com 85 bispos e cardeias, oficiais do Vaticanos, especialistas no assunto e diversas vítimas. Com 145 páginas, ele faz recomendações para melhorar esse quadro, mas não diz se a doutrina ou regras da igreja devem ser mudadas.

“O problema que a igreja enfrenta não foi causado por sua doutrina e a sua solução não será encontrada questionando essa doutrina”, diz o estudo, de acordo com o jornal. (Findlaw)