Rapsódia helvética

Maluf foi favorecido por erros do MP do Brasil, dizem suíços.

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25 de fevereiro de 2004, 19h57

Do ponto de vista dos suiços, as investigações brasileiras sobre o ex-prefeito e ex-governador Paulo Maluf parecem soar bizarras. É o que se depreende do tom adotado pelo jornal Tribuna de Genebra em sua edição desta quarta-feira (25/2).

As queixas das autoridades suíças contra possíveis falhas do Ministério Público brasileiro refletem-se no noticiário: “Inúmeros pedidos de cooperação internacional foram formulados pelo Brasil e rejeitados pelo Ofício Federal de Justiça em razão das muitas lacunas existentes, diz a Tribuna para arrematar, no mesmo tom que “finalmente, em julho de 2002, Brasília entregou à Berna uma cópia juramentada correta.

O jornalista Jean – Noël Cuénod, autor do texto, atribui ao jornal em que trabalha o mérito de ter provocado a derrota eleitoral de Paulo Maluf em 2002, quando concorreu ao governo paulista. “Ele era o preferido nas pesquisas de intenção de voto, com aproximadademente 40%, — isso antes de nosso jornal ter publicado as informações referentes ao estado da investigação em Genebra, informações largamente veiculadas por nossos parceiros brasileiros. Em seguida, tudo mudou, tendo sido eliminado no primeiro turno de tais eleições.”

O jornal historia de maneira muito própria o itinerário das supostas contas de Maluf. Diz a Tribuna que “o caráter massivo e precipitado das movimentações alertou os controladores internos do Citibank. Em atenção aos termos do que dispõe o artigo 9 da nova lei helvéltica sobre lavagem de dinheiro, os responsáveis pelos estabelecimentos de Genebra informaram sobre as transferências ao Gabinete de Comunicação do Ofício Federal de Polícia em Berna.”

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