Os documentos apreendidos na Amper Construções Elétricas, que estão sob os cuidados da Policia Federal de Mato Grosso, poderão ser fotocopiados pela empresa. A decisão é do juiz da 1ª Vara Federal do estado, Julier Sebastião da Silva, em pedido feito pelo advogado Eduardo Mahon, que representa a Amper.
A empresa, que tem como um dos sócios Armando de Oliveira, irmão do ex-governador de Mato Grosso, Dante Oliveira, é investigada pela suposta participação em um esquema de lavagem de dinheiro.
O juiz acatou os argumento de Mahon, segundo o qual os documentos, que têm natureza fiscal, precisam ser usados para fins de balanço anual e Imposto de Renda. Durante a operação, comandada pela PF este ano, também foi apreendida uma agenda na casa de Armando de Oliveira. O inquérito investiga empréstimos contraídos pela empresa entre 1998 e 2000.
Para o advogado, alguns documentos e materiais apreendidos não fazem parte do objeto das investigações, uma vez que compõem resultados de receita do ano-base 2003/2004.
Empréstimos irregulares
A Amper está sendo investigada por conta de empréstimos internacionais, supostamente irregulares, feitos junto ao Bank of Boston e ao Deustche Bank, na cidade de Montevidéu (Uruguai).
Com base em um inquérito policial, o procurador da República Mário Lúcio de Avelar entrou, no início de novembro, com pedido de busca e apreensão na empresa. O pedido foi acatado por Silva. O inquérito resultou na quebra de sigilo bancário e fiscal de Oliveira e de sua empresa.
A suspeita surgiu por conta das denúncias envolvendo o avalista dos empréstimos internacionais da Amper: o empresário e ex-policial João Arcanjo Ribeiro, o “Comendador”. Preso no Uruguai, Arcanjo foi condenado, em primeira instância, a 37 anos de prisão por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.