Tráfico de órgãos

Justiça condena 12 acusados de tráfico de órgãos em Pernambuco

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20 de dezembro de 2004, 14h42

A Justiça Federal de Pernambuco condenou 11 brasileiros e um israelita acusados de formar uma quadrilha em Pernambuco especializada em tráfico de órgãos humanos. A denúncia partiu do Ministério Público, após uma operação deflagrada no ano passado pela Polícia Federal que apontou conexões entre a quadrilha brasileira e receptores na África do Sul.

As vítimas eram abordadas em bairros pobres de Recife. Elas recebiam oferta em dinheiro para a retirada dos órgãos que, posteriormente, eram vendidos para o exterior, sobretudo países europeus. A cirurgias, segundo o MP, aconteciam na cidade de Durban, na África do Sul, para onde as pessoas eram levadas.

O Ministério Público afirma que, em dois anos, a quadrilha movimentou cerca de 4,5 milhões de euros com o negócio, incluindo os gastos com as pessoas que se submeteram à retirada dos órgãos.

A juíza federal de Pernambuco, Amanda Torres de Lucena, condenou o grupo por formação de quadrilha e aliciamento para transplantes ilegais.

Segundo o site Espaço Vital, entre os líderes da quadrilha estão o major da reserva do Exército israelense Gedálya Tauber e o capitão reformado da Polícia Militar de Pernambuco Ivan Bonifácio. Eles foram condenados a 11 e 10 anos de reclusão, respectivamente, e ainda terão de pagar multa.

Para os demais envolvidos no comércio ilegal de rins, as penas variaram entre um e oito anos de prisão. Para todos os casos ainda cabe recurso. As pessoas que venderam seus órgãos para o grupo foram liberadas após prestar depoimentos.

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