Liberdade para as armas

Armas de fogo são importantes instrumentos de legítima defesa

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13 de dezembro de 2004, 11h17

Atualmente, muito se tem discutido acerca da campanha do desarmamento da população. A campanha se iniciou no Paraná e, em pouco tempo, virou um movimento de âmbito nacional. Artistas de renome, ONGs, jogadores de futebol, empresários etc., encamparam essa idéia, com o intuito de reduzir a violência em nosso País. Inclusive, foi mencionado que não apenas os crimes violentos seriam reduzidos, mas também, aqueles cometidos por motivos fúteis (como brigas conjugais, discussões no trânsito etc.).

Agora, passado praticamente um ano do surgimento da Lei n.º 10.826/2003, apelidada de “Estatuto do Desarmamento”, quais são os resultados obtidos? Embora sempre se use o estado do Paraná como exemplo do sucesso dessa campanha, a realidade, infelizmente, não é bem essa. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná, em 8-12-2004, houve redução, em todo o estado, de crimes mais “leves”, no ano de 2004, como furtos de objetos e de veículos. No entanto, os crimes cometidos com violência e com o uso de armas de fogo, aumentaram (como extorsão mediante seqüestro, assaltos a veículos etc.).

Ou seja: embora estejamos no auge da campanha pelo desarmamento, o número de crimes cometidos com armas de fogo teve significativo aumento, exatamente como aconteceu no Canadá, Inglaterra e Austrália, quando esses países desarmaram os seus cidadãos, em época recente.

No Brasil mesmo, comemora-se o sucesso dessa campanha. Já teriam sido arrecadadas mais de 120 mil armas, com a meta de se chegar a 200 mil armas. Todavia, no ano de 2003, diversos meios de comunicação divulgavam estimativas de que haveria, no Brasil, cerca de 20 milhões de armas de fogo (registradas ou não). Assim, não é verdade que a campanha de arrecadação de armas tenha sido um sucesso, pois, se a meta de 200 mil armas for atingida, ter-se-á recolhido apenas e tão-somente 1% de todas as arma existentes no País.

Ou seja: o Estatuto do Desarmamento, como já se esperava, não reduziu a violência, pois apenas pessoas de bem, que tinham armas antigas em casa, estão se desarmando. Os criminosos, enquanto isso, estão cada vez mais bem armados, portando fuzis automáticos, submetralhadoras, granadas e lançadores de rojão (“bazucas”).

Assim, restringindo-se o acesso da população às armas de fogo, o Brasil comete um grave erro já cometido por outros países, não percebendo os resultados negativos produzidos nesses locais. Com o atual quadro de violência em que vivemos, desarmar a população é o mesmo que deixar ovelhas indefesas em meio a lobos famintos. Uma arma de fogo pode ser a última chance de defesa para um cidadão. Imagine-se, em casa, à noite, com sua família, quando um marginal começa a forçar a porta de sua casa. Será que dará tempo de você chamar a polícia e será que haverá uma viatura, próxima, para atender a essa ocorrência? Na grande maioria da vezes, infelizmente, não. Assim, um disparo de advertência pode resolver o problema, enquanto a polícia não chega.

Não defendo o uso indiscriminado de armas, mas também não acho correta a atual histeria anti-armas existente no Brasil.

Recomendo, sim, que quem queira possuir uma arma de fogo, treine constantemente com a mesma e oriente seus filhos a não mexer na mesma. Inclusive, com uma simples trava ou cadeado, que podem ser comprados por valores inferiores a R$ 30,00, a arma fica totalmente imobilizada.

Finalizando: armas de fogo são importantes instrumentos de legítima defesa e podem, sim, salvar vidas. Conheço dezenas de casos em que uma arma de fogo salvou vidas, sem que ninguém fosse atingido. Como já diz o antigo ditado: “Armas não matam; pessoas matam”. O tema é complexo, mas não é se desarmando os cidadãos honestos que se reduzirá a violência em nosso País.

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