Trabalho precário

MPT encontra 180 trabalhadores em situação precária em Goiás

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27 de agosto de 2004, 17h30

Cerca de 180 trabalhadores foram encontrados em condições precárias de trabalho em fazendas de Campo Alegre de Goiás, município que fica na divisa entre Goiás e Minas Gerais. O Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério Público do Trabalho encontrou os trabalhadores rurais em diversos alojamentos.

Em depoimentos, eles disseram que trabalham transitando por pelo menos quatro fazendas, que formam uma espécie de condomínio informal na região. Segundo o procurador do Trabalho Marcello Ribeiro Silva, os responsáveis pelas fazendas Agrofava e São Joaquim comprometeram-se a quitar as indenizações trabalhistas na segunda-feira (30/8). Os cálculos ainda estão sendo feitos, mas Ribeiro Silva estima que o montante devido até o momento chegue a R$ 90 mil.

O agenciador, identificado como João Paracatu, confirmou que fornecia os trabalhadores para as fazendas. Ele os buscava nas redondezas e até no Maranhão. Anotações encontradas pelos fiscais do Grupo Móvel confirmam que Paracatu controlava as despesas dos trabalhadores.

Segundo Marcello Ribeiro Silva, é grande o número de trabalhadores que têm dívidas com o “gato”. “Ele cobrava R$ 20,00 por um par de botinas e R$ 8,00 por um par de luvas de má qualidade”, afirmou. O procurador classificou como “promiscuidade contratual” as relações de trabalho a que estavam submetidos.

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