Volta ao passado

Ameaça de bomba faz OAB evacuar prédios de Seccional

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27 de agosto de 2004, 19h22

Um telefonema para o call center da OAB paulista, afirmando que uma bomba explodiria no prédio da Seccional, provocou o evacuamento dos dois prédios da entidade no centro de São Paulo. Neste dia 27 de agosto faz exatos 24 anos que uma bomba explodiu na sede do Conselho Federal da Ordem, matando a funcionária Lida Monteiro da Silva.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, avisada, mandou o esquadrão anti-bomba vasculhar o prédio. Nada foi encontrado no edifício da Praça da Sé, nem na sede administrativa que fica na rua Senador Feijó.

A diretoria da Seccional encontra-se em São José dos Campos, no 2º Encontro dos Advogados do Vale do Paraíba e Litoral Norte.

Túnel do tempo

“Foi, sem dúvida, um dos dias mais chocantes da minha vida”. A afirmação foi feita, nesta sexta-feira (27/8) pelo decano do Supremo Tribunal Federal e presidente do TSE, ministro Sepúlveda Pertence, ao comentar a passagem dos 24 anos da explosão da bomba na sede da OAB.

“Acabara de almoçar com amigos, o presidente do Conselho Federal da OAB, Eduardo Seabra Fagundes, estava fora do Rio de Janeiro, quando cheguei ao prédio onde funcionava a sede da Ordem dos Advogados do Brasil, na avenida Marechal Câmara, e notei que havia um movimento anormal. Custei a acreditar no que me disseram: uma bomba explodira nas mãos de dona Lida, uma antiga funcionária da entidade. Minutos antes ela havia sido encaminhada para o hospital em estado gravíssimo onde veio a falecer. O choque foi incrível na medida não só da dor pessoal mas também o que aquilo significava no momento político então vivido pelo país”, relatou Pertence.

E completou: “Claro, já havia uma e outra bomba mas sem vítimas pessoais. Logo depois veio a notícia de que bombas similares haviam sido postas na Câmara Municipal e na Associação Brasileira de Imprensa-ABI. Não tenho como descrever o que se passou naquele dia de agitação, de temores de inquietação. Havia apenas uma razão para exigir do governo federal uma ação conclusiva. Éramos uma entidade federal brutalmente atingida. A reunião se seguiu e a indignação se transformou em cobrança. Deste aquele dia se pode dizer que cresceu a autoridade da OAB para a luta pela retomada do processo democrático”.

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