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Cristovam Buarque pede desculpas ‘aos pobres e à oposição’

26 de agosto de 2004, 12h57

Por Redação ConJur

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Vexame governista – 1

O senador Cristovam Buarque (DF), mesmo sendo um petista histórico, pediu desculpas ontem, em discurso no plenário, “aos pobres e à oposição” por ter defendido o salário mínimo de R$ 260 definido pelo Planalto, rejeitando o acréscimo de R$ 15, proposto pelo PFL e aprovado na Casa.

Vexame governista – 2

Cristovam disse ter acreditado que o governo cumpriria o acordo de compensar aquele valor, considerado baixo, com um conjunto de 12 medidas que dariam um “choque social” no país. No dia 12 de agosto, no entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou todas as medidas.

Vexame governista – 3

A crítica do senador Cristovam ao governo que ajudou a eleger e do qual já foi ministro foi, em alguns momentos, demolidora. Por exemplo, quando disse que Lula fica como um chefe de estado que não cumpre acordos. (veja frase abaixo e saiba mais visitando o site www.primeiraleitura.com.br)

Tudo certo, nada no lugar

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, também petista, também fez críticas ontem ao governo por dificultar que o Congresso avance nas votações do esforço concentrado. Segundo João Paulo, “há um processo natural de oposição e situação, mas claro que algumas ações do governo, ou a falta de ações em algumas áreas, acabam estimulando a oposição a se fortalecer”.

Autoritarismo + casuísmo = prejuízo

João Paulo citou como exemplos de ações complicadas do governo o envio do projeto de lei que cria o polêmico Conselho Federal de Jornalismo (CFJ) e a Medida Provisória que dá status de ministro ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Primeira Leitura apurou que o presidente da Câmara também ficou contrariado com a decisão do PT de interpelar judicialmente o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ele estaria tentando convencer o presidente do partido, José Genoino, a retirá-la, para serenar os ânimos da oposição.

Falando em oposição…

O PFL e o PSDB mantiveram a obstrução das votações na Câmara e no Senado. Na Câmara, os principais impasses são a medida provisória que blinda Meirelles e a estrovenga chamada Conselho Nacional de Jornalismo. No Senado, há divergências sobre a Lei de Informática e sobre as PPPs (Parcerias Público-Privadas).

e falando em Meirelles…

O deputado José Roberto Arruda (PFL-DF) apresentou parecer pela inadmissibilidade da MP que blinda Meirelles. Segundo ele, a proposta não segue as exigências constitucionais de urgência e relevância. E a revista Época, em sua edição online, traz mais denúncias contra o presidente do BC, desta vez envolvendo contribuições escondidas pelo BankBoston à campanha de Meirelles a deputado federal, em 2002. Ele renunciou ao mandato quando assumiu o BC.

Assim falou… Cristovam Buarque

“Peço desculpas aos pobres que acreditaram na promessa de um choque social. Peço desculpas à oposição, à qual chamei de demagógica (…) Perdeu muito o presidente Lula, que fica como o chefe de um governo que não cumpre acordos, que não dialoga com parlamentares, que nem ao menos avisa os vetos que impõe”

Do senador petista, em pronunciamento no Senado, desculpando-se por ter apoiado o salário mínimo de R$ 260 em troca de um pacote de medidas sociais, que o presidente Lula acabou vetando

De volta ao começo

O índice de desemprego na Grande São Paulo caiu de 19,1% da população economicamente ativa (PEA), em junho, para 18,5%, em julho, segundo a pesquisa feita em parceria pela Fundação Seade e pelo Dieese. Foi o quarto mês consecutivo de queda. Houve recuo também na comparação com julho do ano passado, quando a taxa havia sido de 19,7%. Trata-se do melhor resultado do governo Lula, mas o índice de 18,5% é idêntico ao de dezembro de 2002, último mês do governo FHC. Por enquanto, é pouco demais para comemorar.

*A coluna é produzida pelo site Primeira Leitura – www.primeiraleitura.com.br