Fim do caminho

Superintendente da Polícia Federal em SP pede demissão

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24 de agosto de 2004, 12h49

O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Francisco Baltazar da Silva, pediu demissão do cargo no final da manhã desta terça-feira (24/8). Ele oficialmente considera que tem sua “missão cumprida”.

Baltazar foi indicado ao cargo pessoalmente pelo presidente Lula, de quem foi segurança na campanha presidencial. Mas vinha sofrendo “frituras” por parte do Ministério da Justiça e do diretor da PF, Paulo Lacerda, que o acusavam de manter ligações com o doleiro Antonio Claramunt, o Toninho da Barcelona. O doleiro foi preso semana passada na Operação Farol da Colina.

As mais importantes operações recentes da Polícia Federal em São Paulo, a Anaconda (sobre comércio de decisões judiciais) e a Farol da Colina (sobre doleiros e remessa ilegal de dinheiro para o exterior) foram pilotadas de fora para dentro, ou seja, a partir de Brasília e com agentes de outros estados. No caso da Anaconda, delegados que detinham postos-chaves na estrutura da Superintendência paulista da PF acabaram presos.

A gota d’água para a saída de Baltazar, extra-oficialmente, foi a prisão temporária do delegado Carlos Fernando Braga, no último sábado (21/8), acusado de ter vazado informações da operação Farol da Colina. Braga era chefe do combate aos narcóticos, em São Paulo, e gozava de inteira confiança de Baltazar.

Segundo o Ministério Público Federal, uma escuta telefônica revelou conversa entre Toninho da Barcelona e o delegado Braga. Na ligação, o delegado teria informado ao doleiro detalhes sobre as operações, que executou pedidos de busca e apreensão e prisão temporária de pessoas envolvidas com o esquema de lavagem de dinheiro.

O MPF pediu, nesta terça-feira (24/8), a prisão preventiva de Braga. A prisão temporária tem validade de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. No caso da preventiva, não há prazo estipulado pela lei. O pedido de prisão preventiva baseia-se na suspeita de violação de sigilo funcional, prevaricação e formação de quadrilha.

São cotados para substituir Baltazar: os delegados Marco Antônio Veronezzi e o ex-superintendente da Polícia Federal, no Paraná, Jaber Makul Hanna Saadi.

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