Operação Faroleiro

Polícia Federal faz busca em mais de 150 endereços, afirma MPF.

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17 de agosto de 2004, 19h30

O Ministério Público Federal afirmou que a Operação Faroleiro, deflagrada na madrugada desta terça-feira (17/8) por forças-tarefa compostas de procuradores da República e policiais federais, está visitando mais de 150 endereços em sete estados.

As diligências cumprem ordens judiciais de busca e apreensão e mandados de prisão temporária expedidos contra doleiros envolvidos em esquemas de lavagem de dinheiro.

As operações são feitas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Amazonas e Pará, e mobilizam 750 policiais e 18 procuradores da República. Coordenadas pela Força-Tarefa CC5 do MPF e da Polícia Federal, sediada em de Curitiba, elas contam com o apoio do procurador-geral da República, Claudio Fonteles.

A operação quer desbaratar núcleos de atividade criminosa comandados por doleiros de todo o país, com a apreensão de material e equipamentos que permitam confirmar as operações irregulares de câmbio que vêm sendo efetuadas através do sistema de dólar-cabo.

O sistema consiste numa relação de confiança entre doleiro e cliente: o doleiro recebe o dinheiro no Brasil e determina o depósito de igual quantia no exterior, sem qualquer registro pelo SisBacen, mas por meio de uma contabilidade paralela efetuada nos dois países.

As investigações tiveram impulso com a descoberta de uma conta, chamada de conta-ônibus: a Beacon Hill Service Corporation, mantida no J.P. Morgan Chase Bank em Nova Iorque. A conta-ônibus é uma espécie de conta maior por meio da qual são operadas inúmeras outras subcontas. As subcontas são utilizadas, em grande parte, por doleiros brasileiros para a administração e o repasse de remessas ilegais provenientes do Brasil.

Todos os doleiros presos serão ouvidos pelo MPF e PF e poderão colaborar relatando fatos sobre os esquemas de evasão de divisas. As investigações prosseguirão em cada estado pelas respectivas procuradorias da República. A operação pretende esclarecer os diversos elos das organizações criminosas, que atuam na remessa ilegal de divisas com o serviço de doleiros à margem do sistema oficial.

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