Caso Banestado

CPI marca data para ouvir Pitta sobre remessa ilegal de dinheiro

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14 de abril de 2004, 20h08

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado marcou para o dia 27 de abril a audiência para ouvir o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta. Ele é acusado de remessa ilegal de divisas ao exterior. A CPI investigou as contas bancárias do ex-prefeito nos Estados Unidos a partir de denúncia apresentada por sua ex-mulher Nicéia Camargo.

A CPI já havia aprovado, em 2003, requerimentos de quebra dos sigilos bancário e fiscal, bem como sua convocação para prestar depoimento. No início do ano, a CPI recebeu documentos de autoridades americanas que revelam movimentação financeira de aproximadamente um milhão de dólares por Celso Pitta no Commercial Bank de Nova York.

Segundo informações que chegaram à CPI e à Justiça de São Paulo, onde Pitta é denunciado por superfaturamento das obras do Túnel Airton Senna e da Avenida Águas Espraiadas, as contas de Nova York já foram fechadas pelo ex-prefeito e seus recursos transferidos para a Ilha de Jersey, paraíso fiscal situado no Canal da Mancha.

Na próxima terça-feira (20/4), a comissão ouvirá o doleiro Antônio de Oliveira Claramunt, conhecido como Toninho Barcelona, dono da Barcelona Tour, em São Paulo. Ele é suspeito de evasão de divisas para o exterior e de envolvimento com integrantes do Poder Judiciário que vendiam sentenças e que foram denunciados pela Operação Anaconda, da Polícia Federal.

Na sexta-feira (23/4), será a vez do doleiro Alberto Yossef, do Paraná, também suspeito de remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Ele será ouvido em Curitiba, no Paraná, onde está preso.

Agenda em branco

O depoimento do ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo Armando Melão ainda não foi marcado. Ele é acusado de usar indevidamente o nome do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e do relator e do vice-presidente da CPMI, deputados José Mentor (PT-SP) e Rodrigo Maia (PFL-RJ) para extorquir empresários.

Melão foi preso pela Polícia Federal, no dia 19 de março, por cobrar propina e prometer aos empresários que as investigações da CPMI não chegariam até as suas empresas. Os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado discutiram na reunião desta quarta-feira (14/4) a prorrogação dos trabalhos da comissão, que terminam no dia 16 de junho.

O presidente da CPMI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), e o relator, deputado José Mentor (PT-SP), divergem quanto à ampliação do prazo. O relator defende a prorrogação de seis meses a um ano, enquanto o presidente é contra a prorrogação.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) também criticou a prorrogação porque, desta maneira, em sua avaliação, a CPMI “perde o foco” da investigação e “poderá não chegar a lugar nenhum”.

José Mentor se dispôs a apresentar, no final de maio, um relatório parcial para mostrar os trabalhos da comissão, caso se decida pela prorrogação dos seus trabalhos.(Assessoria de Imprensa do senador Antero Paes de Barros)

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