União faz a força

Escritórios dão início a fusão virtual para enfrentar concorrência

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13 de abril de 2004, 16h21

Para atender melhor a crescente demanda de novas áreas do Direito e criar um grupo de trabalho consistente para as já existentes, nove escritórios de advocacia decidiram criar a Aliança Brasil de Advogados (BRALAW). O grupo soma um corpo jurídico de mais de 200 advogados em diversos Estados do Brasil.

A aliança, uma espécie de fusão virtual, foi a saída encontrada pelas bancas para enfrentar a concorrência dos grandes conglomerados jurídicos, cada vez mais completos em decorrência de fusões e aquisições. O pacto formado por meio da aliança possibilita a atuação nas áreas contenciosa, empresarial, tributária, imobiliária, trabalhista, criminal, família, sucessões, propriedade intelectual e ambiental em qualquer ponto do país.

A fusão está sendo implantada pelo consultor em sociedades jurídicas Rodrigo Bertozzi e nasceu com o propósito de promover a mobilidade entre os membros das bancas e para facilitar a criação de grupos de estudos para o desenvolvimento do capital intelectual na busca pelas melhores soluções para os clientes nacionais e estrangeiros.

“A preparação para enfrentar a chegada das firmas internacionais no Brasil ainda está muito embrionária. A saída que se apresenta são as alianças estratégicas de sociedades jurídicas, que unidas podem ampliar a capacidade de criar novas idéias”, afirma Bertozzi, que é autor dos livros Marketing Jurídico – A Nova Guerra dos Advogados e Revolution Marketing Place.

O Brasil conta com mais de 6 mil sociedades de advogados e quase meio milhão de profissionais inscritos nas diversas seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil. Os maiores grupos, instalados em sua maioria no sudeste do país, possuem em seu corpo de funcionários mais de 100 advogados e saem na frente no quesito de questões organizacionais.

A maioria das sociedades de advogados brasileiras, no entanto, é formada por escritórios com até 30 advogados (considerado escritório de pequeno porte) e de 30 a 100 advogados (médio porte). Essas últimas têm a seu favor o quesito pessoalidade no relacionamento com o cliente, isso estreita a relação e torna possível o desenvolvimento de muitos serviços – é onde as grandes perdem terreno.

A advogada e consultora em gestão de serviços jurídicos, Lara Selem, que também é responsável pelo centro gestor da Aliança Brasil de Advogados, afirma ser necessária uma mudança de cultura.

“Existem novas formas de se manter saudável no mercado, sem que isso signifique perder a característica artesanal da profissão de advogado. As pequenas e médias firmas de advocacia têm menos recurso financeiro que as grandes, e isso significa que elas têm de ter mais criatividade para lidar com o problema”, diz ela, que assina a obra Estratégia na Advocacia: Planejamento para Escritórios de Advocacia – uma ferramenta para competir

Segundo Lara, o primeiro passo é conscientizar os sócios sobre a necessidade de profissionalização administrativa. Pensando nisso, as idéias vêm e a busca pela diferenciação se torna mais fácil. Não existe receita de bolo. O mais adequado é o próprio escritório se conhecer a fundo e descobrir qualidades que o façam ser diferente da concorrência. (Ana Navarro Assessoria de Comunicação)

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