O promotor Carlos Cardoso, da diretoria-geral do Ministério Público Paulista, divulgou nesta quarta-feira (12/3) novos números sobre o esquadrão de extermínio, montado por policiais civis e militares, que vem atuando na região de Ribeirão Preto.
Na segunda-feira, o MP divulgara dados sobre o assassinato de menores em Ribeirão Preto com base em dossiê elaborado pela pesquisadora Karina Sposato, do Ilanud, órgão das Nações Unidas que estuda a criminalidade na América Latina com base em São Paulo.
Por esse dossiê, 88 menores e adolescentes foram exterminados na região de Ribeirão Preto entre 1995 e 1998. Em 1999, o MP da cidade já havia oferecido ação civil pública contra a Febem de Ribeirão, contra a Prefeitura da cidade e contra o governo do Estado de São Paulo.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Abreu, declarou semana passada que o episódio envolvendo policiais civis e militares no extermínio de menores se trata de "um caso isolado".
Mas o MP vai nesse momento na contra-mão das declarações do secretário. Nesta quarta, os números de assassinatos levantados pela pesquisa divulgada pelo promotor Cardoso magnificaram o problema ainda mais. "Temos tomado depoimentos de parentes, vizinhos, amigos, e podemos dizer que algumas dezenas e boa parte desses 212 assassinatos de menores em Ribeirão Preto e cidades vizinhas são de obra desse grupo de policiais civis e militares, que estão se sobrepondo à lei. Prometo que vamos levar as investigações às últimas conseqüências", diz Carlos Cardoso.
Revista Consultor Jurídico, 12 de março de 2003.
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