A CPI da Pirataria ouviu hoje, 1º de julho, os presidentes da Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes), da Business Software Alliance (BSA), da Associação de Defesa de Propriedade Intelectual (Adepi) e o diretor-geral da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), sobre as perdas causadas pela prática da falsificação e as sugestões para que o problema seja atacado no País.
Segundo o presidente da Abes, José de Miranda Dias, o setor tem perda anual de US$ 1,360 bilhão com a pirataria, e o Governo perde US$ 324 milhões em arrecadação de impostos. Também são prejudicados pela pirataria 45 mil empregos na área.
O presidente da Adepil, Carlos Alberto de Camargo, disse que o prejuízo na área são de R$ 370 milhões por ano, com uma perda de 17 mil vagas de empregos formais e R$ 80 milhões com a sonegação fiscal.
Segundo o presidente da ABPD, Paulo Rosa, os CDs piratas já representam 59% do mercado.
Crime é flagrante
André Almeida, consultor jurídico da BSA, critica o fato de a pirataria ocorrer flagrantemente, com a venda de produtos piratas em classificados de jornais, sites da Internet e camelôs.
Ele sugere que a CPI convoque para uma audiência o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, e a prefeita de Campinas, Izalene Tiene, pois nos dois locais foram formalizadas feiras de ambulantes onde ocorre a venda de produtos piratas.
Sugestões de combate
Todos os participantes lembraram que é preciso um plano nacional de combate à pirataria, pois o crime tem conexões com quadrilhas organizadas em vários estados do País, que praticam também estelionato e roubo de cargas.
Também foi lembrada a necessidade de se reformular o Comitê Interministerial de Combate à Pirataria, criado em março de 2001, para que possa ter uma atuação mais efetiva.
A capacitação de agentes públicos e o aumento da fiscalização nas fronteiras, portos, aeroportos e estradas também foram destacados como fatores importantes para combater a pirataria.
Hoje, a pena prevista para o crime de pirataria é de um ano de reclusão, e o juiz ainda pode suspender a pena. Amanhã, no entanto, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vai sancionar lei que aumenta esta pena para de dois a quatro anos de reclusão. (Agência Câmara)
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