Morre Drault Ernanny

Drault Ernanny: morre o fundador da Refinaria de Manguinhos, no RJ.

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21 de março de 2002, 17h07

Foi sepultado nesta quinta-feira (21/3), no Rio de Janeiro, o médico Drault Ernanny. Ex-deputado, ex-senador, Ernanny foi também banqueiro e fundador da Refinaria de Manguinhos.

Um dos melhores amigos do então presidente Juscelino Kubitshek, Drault foi uma das raras personalidades com ascendência sobre o empresário das comunicações Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello. Ernanny escondeu diversas vezes Chatô quando ele era perseguido pela polícia política de Getúlio Vargas – a quem o jornalista atacava em suas publicações e emissoras.

Drault Ernanny, pai do colaborador deste site, Drault Ernanny Filho, monopolizou a vida social do Rio de Janeiro entre os anos 40 até meados dos anos 60. Tornou-se célebre a sua Casa das Pedras, onde recebeu desde a madame Chiang Kai Chek (primeira-dama de Taiwan) até o cosmonauta Iúri Gagarin. Famosa pelo estilo (entre o normando e o Vento Levou, a mansão, não raro, era solicitada pelo Itamaraty, para recepcionar chefes de Estado).

Amante das artes, Ernanny ajudou a formar o acervo do Museu de Arte de São Paulo, do Museu da Paraíba e de tantas outras casas de cultura. “Drault Ernanny foi um grande brasileiro”, afirma o jornalista Rui Nogueira. “Não só pela sua obra, mas por sua simpatia, generosidade e fidelidade aos amigos”.

Autor do livro “Meninos eu Vi e Agora Posso Contar” (Editora Record), o médico é considerado o pioneiro na ocupação de regiões hoje disputadas no Rio, como a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes.

Natural da Paraíba, passou a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro. Drault Ernanny enfrentava graves problemas renais e neurológicos e vinha sendo mantido vivo por aparelhos. Vivia em estado vegetativo há cerca de 4 meses. No famoso livro biográfico Chatô, de Fernando Morais, Drault Ernanny é citado dezessete vezes.

Revista Consultor Jurídico, 21 de março de 2002.

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