Sob suspeita

Funcionários do LAB exigem extradição de Wagner Canhedo

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7 de março de 2002, 11h58

Funcionários do Lloyd Aéreo Boliviano (LAB), cujo controle (50,03%) foi adquirido pela Vasp em 1995 por US$ 47 milhões, estão exigindo das autoridades bolivianas o pedido de extradição, junto ao governo brasileiro, do presidente da companhia, Wagner Canhedo, e de seu filho Ulisses para prestar esclarecimentos por eventual desvio de recursos.

Acusação é desvio de recursos

De acordo com os empregados do LAB, a família Canhedo teria desviado da companhia aérea boliviana cerca de US$ 100 milhões, no período em que a Vasp controlou a empresa, que sofreu intervenção do governo em dezembro do ano passado devido a denúncias contra os acionistas majoritários. Logo depois, a Vasp acabou vendendo o pacote acionário a um grande empresário do país.

A Vasp afirma que as acusações são infundadas e que a companhia prestará esclarecimentos sobre o assunto nos próximos dias.

Aproveitamento de fundo e de ações

De acordo com denúncias, publicadas também na imprensa boliviana, Wagner e Ulisses Canhedo teriam se aproveitado indevidamente de um fundo de US$ 22 milhões, utilizado outros US$ 26 milhões em ações de uma subsidiária (Sita) e não desembolsado os US$ 47 milhões com os quais adquiriram o controle do LAB há quase sete anos.

Os empregados da companhia acusam ainda a família Canhedo de desmantelar os aviões do LAB para o aproveitamento de peças em aeronaves da Vasp no Brasil. Os empregados do LAB explicaram que o pedido de extradição tem o objetivo de “esclarecer os fatos irregulares”.

O Ministério Público boliviano abriu sindicância para investigar e esclarecer as irregularidades cometidas no LAB desde que a Vasp adquiriu a companhia. Até agora, no entanto, o governo boliviano não recebeu o pedido extradição dos Canhedo junto ao governo brasileiro.

Fonte: Agência Estado

Revista Consultor Jurídico, 7 de março de 2002.

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