Sábado, 11 de maio.

Primeira Leitura: pesquisa não deve mudar comportamento do mercado

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11 de maio de 2002, 15h20

Tem mais: agora, Datafolha

Depois de uma semana de nervos à flor da pele, por conta dos boatos em torno do desempenho dos candidatos nas pesquisas de intenção de voto e das recomendações das agências internacionais de risco econômico-financeiro, o mercado não deve se comportar de maneira muito diferente no início desta semana, à espera da pesquisa eleitoral do Datafolha.

Pegou tudo

A pesquisa Datafolha é importante porque deve ser a primeira de uma grande empresa a pegar o efeito das reportagens da Veja (caso Ricardo Sérgio/Vale do Rio Doce), IstoÉ (ação de arapongas no Maranhão de Roseana) e Folha (terreno do sócio de Serra e dívidas renegociadas no Banco do Brasil), dos programas do PDSB (estadual) e do PT (nacional) e do debate dos candidatos na CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Cuidado, inflamável 1

A Petrobras sempre usou os acionistas como argumento para sua política monopolista de preços – e só os monopólios podem impor reajustes quinzenais quando a demanda mingua. Detalhe: a empresa anunciou, na sexta-feira, um lucro líquido de R$ 866 milhões no primeiro trimestre do ano.

O valor representa redução de 69% em relação ao resultado do quarto trimestre de 2001 e de 66,7% na comparação com os números do primeiro trimestre do ano passado. Ou seja, se depender disso, a estatal vai reajustar os preços…

Cuidado, inflamável 2

Francisco Gros, presidente da estatal, deve explicar essa contas. E não só para os acionistas. Será que ele emprega os mesmos eficientes métodos do tempo do BNDES? Pois, lá, ele conseguiu deixar recursos sem uso na linha de crédito de financiamento para os exportadores. Econômico, ele é.

Cuidado, inflamável 3

Assim, o governo tem uma semana para desarmar o “gatilho” da Petrobras que, a cada disparo, fere bolsos e mentes… Fere também a inflação, que fere a possibilidade de queda das taxas de juros, que mata a possibilidade de acelerar a retomada do crescimento.

Conversão 1

Primeira Leitura está entre aqueles que acreditam na conversão propositiva do PT. Mais do que elemento de crença, fomos nós que a apontamos primeiro. Na edição de agosto do ano passado, o presidente do partido, José Dirceu, era matéria de capa da revista deste site. Aparecia na frente da bandeira do Brasil. E se falava ali de um PT que se preparava para ser governo.

Conversão 2

Lula e sua estrela aparecem também na capa da revista Primeira Leitura de maio, que está nas bancas. Ilustram, desta vez, uma reportagem de caráter ainda mais amplo, que dá conta da chamada polarização eleitoral no centro político, numa eleição que se disputa sem partidos que falem a linguagem da direita ou da esquerda.

Prova dos noves

Muito bem: é chegada a hora de o PT demonstrar que quer o poder para valer. Tem de entrar na batalha da CPMF como ator, não como coadjuvante. Se o partido se dedicar à aprovação da contribuição com a mesma energia com que se dedica o governo, então estará fazendo seu batismo de fogo. Se permanecer como está, ambíguo e anfíbio, estará a demonstrar não mais do que medo de chegar ao poder.

Um militar?!

A ex-candidata do PFL ao Planalto, a governadora maranhense Roseana Sarney, que não sabia direito o que fazer com a economia, já tinha pelo menos uma escolha definida para um futuro ministério. Entregaria a Defesa ao general da reserva Leônidas Pires Gonçalves, ex-ministro do Exército de Sarney-pai (85-90). Um retrocesso evidente – a pasta deve ser dirigida por um civil.

Assim falou…José Serra

“Há um ataque especulativo à minha campanha”

Do candidato tucano à Presidência, na sexta-feira, ao comentar denúncias de que estaria ligado a irregularidades supostamente cometidas por Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-vice-presidente do Banco do Brasil.

Tudo é história

Nestes dias em que os homens públicos mais e mais se acovardam diante do que têm de fazer por medo do que vão dizer dele, vale ouvir Theodor Roosevelt: “É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfo, glória, mesmo se expondo à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.”

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