Mais de 1/3 dos ministros indicados para o STJ são do Distrito Federal
30 de junho de 2002, 19h15
Nos próximos dias, o Superior Tribunal de Justiça deve completar seu quadro de 33 ministros, depois que o Palácio do Planalto receber do tribunal a lista tríplice, formada a partir dos seis nomes indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Há poucas dúvidas de que o advogado Luiz Carlos Madeira – ligado ao presidente do TSE, Nelson Jobim – será o escolhido.
Confirmada a previsão, o Distrito Federal, cuja Seccional banca a indicação de Madeira, passa a ter mais ministros no STJ que os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Ceará, Bahia e Paraná juntos.
Dos 32 ministros do STJ, atualmente, doze entram pela cota de Brasília; cinco do Rio Grande do Sul; três do Rio de Janeiro; três de São Paulo; dois de Minas; dois do Paraná; dois de Goiás; enquanto Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte têm um representante cada.
Dos seis candidatos escolhidos pelo Conselho Federal da OAB, duas semanas atrás, três são de Brasília. Concorreram às vagas 24 advogados. Dependesse da OAB, Estados como São Paulo não teriam representantes na Corte – já que todos os paulistas que lá estão são juízes de carreira e foram indicados pela magistratura.
A reserva de vagas para advogados nos tribunais, aliás, está sendo contestada e comparada ao antigo mecanismo que gerava os juízes classistas. Por achar que a seleção vem sendo mal usada, com critérios exclusivamente políticos – sem privilegiar as qualificações técnicas dos candidatos – associações da magistratura vem debatendo a proposta de extinção do chamado Quinto Constitucional.
Sendo oriundos da advocacia, da magistratura ou do Ministério Público, a rigor, nenhum ministro do STJ nasceu no Distrito Federal. Mas é perceptível que passar alguns anos na Capital ajuda bastante a chegar ao tribunal. Mais que a concentração populacional dos Estados de origem, por exemplo.
A menos, é claro, que se admita que Brasília concentra hoje mais de 1/3 dos melhores juristas brasileiros.
Pelo local de nascimento, Minas Gerais encabeça o ranking de representantes no STJ, com seis representantes. Cinco são do Rio Grande do Sul, quatro de São Paulo, três do Rio de Janeiro. Bahia, Goiás e Sergipe têm dois cada. Oito Estados deram um ministro cada: Ceará, Maranhão, Alagoas, Pernambuco, Pará, Piauí, Paraná e Rio Grande do Norte. Doze unidades da Federação não estão representadas.
Confira na tabela abaixo:
Carreira | Ministro | Cidade (origem) | Estado |
BA | Francisco Peçanha Martins | Salvador | BA |
CE | Francisco Cesar Asfor Rocha | Fortaleza | CE |
DF | Nilson Vital Naves | Lavras | MG |
DF | Edson Carvalho Vidigal | Caxias | MA |
DF | Antônio de Pádua Ribeiro | Pará de Minas | MG |
DF | Jacy Garcia Vieira | Goiatuba | GO |
DF | Luiz Carlos Fontes de Alencar | Estância | SE |
DF | Humberto Gomes de Barros | Maceió | AL |
DF | Vicente Leal de Araújo | Jaicós | PI |
DF | José Arnaldo da Fonseca | Pedra Mole | SE |
DF | Fernando Gonçalves | Belo Horizonte | BH |
DF | Aldir Guimarães Passarinho | Rio de Janeiro | RJ |
DF | Eliana Calmon Alves | Salvador | BA |
DF | Fátima Nancy Andrighi | Soledade | RS |
GO | Sebastião de Castro Filho | Nova Ponte | MG |
GO | Laurita Hilário Vaz | Anicuns | GO |
MG | Sálvio de Figueiredo Teixeira | Pedra Azul | MG |
MG | Paulo Geraldo Medina | Rochedo de Minas | MG |
PE | Francisco Cândido M. Falcão Neto | Recife | PE |
PR | Milton Luiz Pereira | Itatinga | SP |
PR | Felix Fischer | Hamburgo – Alemanha | PR |
RJ | Carlos Alberto Menezes Direito | Belém | PA |
RJ | Hamilton Carvalhido | Rio de Janeiro | RJ |
RJ | Luiz Fux | Rio de Janeiro | RJ |
RN | José Augusto Delgado | São José de Campestre | RN |
RS | Ruy Rosado de Aguiar Júnior | Iraí | RS |
RS | Ari Pargendler | Passo Fundo | RS |
RS | Gilson Langaro Dipp | Passo Fundo | RS |
RS | Paulo Benjamin Fragoso Gallotti | Canoinhas | RS |
SP | Raphael de Barros Monteiro Filho | São Paulo | SP |
SP | Jorge Tadeo Flaquer Scartezzini | São Paulo | SP |
SP | Domingos Franciulli Netto | São Paulo | SP |
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