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Revista Época condenada a dar direito de resposta a Maluf

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20 de julho de 2002, 14h11

O juiz-auxiliar de Propaganda do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Décio Notarangeli, atendeu o pedido de direito de resposta do candidato ao governo paulista, Paulo Maluf, contra a revista Época, na noite de sexta-feira (19/7).

Os advogados da Editora Globo vão recorrer contra a decisão.

O motivo da condenação foi o artigo de autoria da psicanalista Maria Rita Kehl. No texto, intitulado Aliança com o Vampiro, ela diz que o candidato é um “velho político autoritário e truculento, que fez carreira à custa do regime militar”.

Maluf é comparado a “um vampiro que se recusa a se recolher para sempre” e que se alimenta do sangue do povo para se manter imortal. O texto foi publicado na edição de 15 de julho último da revista.

O juiz também não economizou adjetivos para considerar a crônica “venenosa”, “injuriosa” e “ultrajante”. Notarangeli assinala que a autora “se excedeu e avançou de forma abusiva” nos ataques que fez à figura de Maluf.

Em seu despacho, o juiz argumenta que “a comparação do representante (Maluf) à figura do vampiro – entidade lendária que, segundo a superstição popular sai das sepulturas à noite para sugar o sangue dos vivos – ainda que para explicar sua imortalidade política, não deixa de ser ofensiva, por transmitir, em sentido figurado, a imagem maléfica de que o representante prospera às custas alheias, por meios ilícitos, ou explora os outros em proveito próprio”.

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