Cibercrimes

'Hacker' de 18 anos do MS tem R$3 milhões em conta bancária

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11 de julho de 2002, 12h22

A polícia de Mato Grosso do Sul descobriu que o ‘hacker’ Guilherme Amorim de Oliveira Alves tem R$ 3 milhões numa conta bancária. Além de desviar dinheiro de vários bancos brasileiros, o estudante de 18 anos tinha milhares de senhas de cartões de crédito de clientes dos Estados Unidos. É o maior golpe financeiro pela Internet já descoberto no Brasil.

Guilherme foi preso em flagrante num hotel de Campo Grande quando desviava R$ 25 mil de uma conta bancária, mas foi libertado, na semana passada, por ordem judicial (veja notícia a respeito).

A polícia comprovou o desvio de R$ 120 mil pela Internet de 50 contas de um grande banco brasileiro, em vários Estados. Outros três bancos teriam sido vítimas da quadrilha.

O laudo pericial tem 219 páginas. O computador apreendido com o adolescente está lacrado, mas a polícia já sabe que ele tem outros sete computadores.

No computador do estudante os peritos encontraram dados cadastrais e senhas de 3.500 clientes de duas operadoras internacionais de cartões de crédito, e todos são norte-americanos. A perícia também encontrou conversas virtuais envolvendo lavagem de dinheiro e compra de armas. O perito da polícia técnica Maurílio Rodrigues Ferreira diz estar assustado com o caso.

Cópias da perícia vão ser encaminhadas para a Policia Federal, o serviço de inteligência do governo (ABIN) e também para a polícia norte-americana (FBI). Há suspeitas de que Guilherme tenha invadido pela Internet sistemas de acesso restrito nos Estados Unidos.

“Segundo a polícia norte-americana, já estavam rastreando um hacker aqui no Brasil com o mesmo operante, porém não conseguiam detectar essa pessoa”, conta o delegado Reinaldo Amaral Filho.

A Federação dos Bancos diz que a pessoa que teve sua conta “invadida” tem como única solução procurar a agência bancária, e pedir providências. E que os bancos se reúnem regularmente para adotar novas medidas que impeçam a ação dos hackers – o que significa senhas mais seguras – como combinação de letras e números, por exemplo.

As informações são do site do Jornal Hoje, Rede Globo de Televisão (10/7).

(Veja “como escolher e usar senhas com segurança” e “segurança no uso da Internet e home banking” no site da FEBRABAN).

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