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Acrimesp repudia sugestão para que advogados sejam revistados

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2 de julho de 2002, 16h46

O presidente da Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo (Acrimesp), Ademar Gomes, criticou a sugestão do presidente Fernando Henrique Cardoso para que advogados sejam revistados na entrada de presídios. O objetivo da medida seria evitar o ingresso de armas, drogas e telefones celulares nas penitenciárias.

Gomes disse que essa opinião “é lesiva aos interesses da

advocacia e sem qualquer fundamento, uma vez que o advogado

não tem contato físico com os clientes presos, mas somente

por meio de vidro no parlatório”.

O presidente da Acrimesp rebateu o comentário do presidente da República de que os advogados teriam privilégios. Gomes afirmou que os advogados têm prerrogativas “de manter contato com os clientes através dos vidros, é um direito constitucional do advogado”, disse.

Ademar Gomes disse que não é o advogado quem leva drogas, armas e celulares aos presos. Segundo ele, normalmente isso é feito por parentes ou o funcionário do próprio estabelecimento penal. “O sistema penal brasileiro está fragilizado, aberto a todos os tipos de corrupção”.

Ele acrescenta que a Acrimesp não se coloca contra a revista de advogados feita através de detectores de metais e drogas, desde que esse seja um procedimento generalizado e sem exceções.

Gomes disse que nivelar o advogado com a criminalidade é uma postura que não se pode admitir nem esperar de uma autoridade brasileira. Para ele, as autoridades deveriam “estar mais preocupadas em buscar soluções efetivas de combate à violência e investir mais em segurança”.

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