Os cinco anos de morte da professora Marlene Aparecida de Moraes Tavares foram marcados por confusão em Jacareí (SP), nesta quinta-feira (22/8). O juiz Marco Antônio Tavares, acusado pela morte da mulher, e o repórter da Rede TV, Marcelo Bittencourt de Almeida, foram parar no 2º Distrito Policial de Jacareí. O repórter tentou entrevistar o juiz em sua casa e não conseguiu. A fita da Rede TV foi apreendida pela Polícia.
De acordo com o delegado Antônio Sérgio Pereira, o juiz alegou que não queria ser incomodado em sua casa e, por isso, jogou um jato de água no repórter e na sua equipe. O jornalista argumentou que apenas cumpria sua função. Na delegacia foi lavrado um termo circunstanciado de injúria real.
A procuradora de Justiça, Valderez Abbud, informou que o Ministério Público de São Paulo vai pedir a pena de 18 anos em regime integralmente fechado. Segundo a procuradora, o juiz deverá ser julgado no próximo mês pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Nos autos, o juiz defende a tese de que a mulher não está morta e teria sido vista no Nordeste e na Alemanha. O MP rejeita a alegação. “Temos provas suficientes de que o corpo encontrado era o da professora”, disse a procuradora. Valderez afirma que as impressões digitais de Marlene foram apagadas para que ela não fosse reconhecida.
De acordo com o MP, quando o corpo foi encontrado em 22 de agosto de 1997 em uma estrada, entre Taubaté e Campos do Jordão, o juiz disse à Polícia que não era a mulher dele mesmo antes de fazer o reconhecimento. A família foi até o locar e fez o reconhecimento. A irmã de Marlene reconheceu uma jóia que ela tinha ganhado aos 15 anos de idade.
O exame de DNA nada concluiu porque o corpo estava em estado de putrefação, o que dificultou a análise do material genético. Entretanto, foi feito exame de arcada dentária pelo dentista da família. O corpo foi reconhecido.
A procuradora afirma que a morte foi provocada com a “intenção de se negar a materialidade do crime”. Valderez disse que quando o crime aconteceu o casal estava separado de fato.