Ações trabalhistas

Desempregados são autores de 80% das ações trabalhistas

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30 de abril de 2002, 10h46

Cerca de 80% dos processos da Justiça do Trabalho são movidos por trabalhadores desempregados. “Passamos a ser uma Justiça de desempregados”, afirma o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Francisco Fausto.

Para Francisco Fausto, esse é o grande problema da atualidade, principalmente para os países do terceiro mundo. “Entretanto, é possível identificar estatísticas alarmantes no primeiríssimo mundo”, diz o presidente do TST. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, no início dos anos 90 havia 100 milhões de desempregados no mundo. Em 1999, havia 160 milhões e a tendência é o crescimento desse número.

“As causas são a globalização da economia e a automatização da produção”, diz o presidente do TST. Fausto comentou que os reflexos mais evidentes são registrados na indústria. “A incorporação de mecanismos de substituição do trabalho humano provoca o desemprego”, afirma.

O ministro citou o exemplo do Rio Grande do Norte, onde as salinas foram mecanizadas. De acordo com ele, a extração de sal era feita pelos trabalhadores, com cestos nos ombros. “Com a mecanização uma máquina substituiu 999 homens. De mil homens, restou um para manobrar a máquina”.

Para o presidente do TST, cabe ao Estado buscar soluções ou amenizar o problema. “Quando se privilegia mais o aspecto econômico e descuida-se do lado social, evidentemente isso resultará numa situação muito difícil para o trabalhador”, avalia.

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